O presidente venezuelano Nicolás Maduro disse, quarta-feira (14), que “a Venezuela está pronta e preparada para desempenhar o seu papel e abastecer o mercado do petróleo e do gás com o petróleo e gás de que a economia mundial necessita (…) em coordenação com a OPEP+”, uma aliança que reúne 11 países que seguem as directrizes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).
O chefe de Estado, acompanhado pelo secretário-geral da OPEP, Haitham Al-Ghais, que realiza uma visita à Venezuela, disse que o país tem vindo a “recuperar substancialmente” a sua indústria petrolífera da “corrupção de uma máfia” que “destruiu” a “estrutura fundamental de moral e funcionamento”.
Maduro adiantou que o país, que tem as maiores reservas de petróleo bruto do planeta, também está pronto para “aumentar, de forma progressiva e acelerada”, a produção de produtos refinados e fertilizantes.
“A Venezuela tem uma oferta muito importante em termos de qualidade e quantidade de fertilizantes para os nossos irmãos no mundo, para a Colômbia, Peru, República Dominicana e para todos aqueles no mundo que precisam de fertilizantes de qualidade a um bom preço”, explicou.
Por outro lado, o Presidente disse que as “sanções irracionais, injustificadas e ilógicas” contra a Rússia, resultantes “do conflito armado na Ucrânia”, “levaram o mundo à loucura” nos últimos meses.
“A Europa está condenada a perder em todos os seus alicerces económicos, energéticos, e em todas as suas dimensões”, acrescentou.
Horas antes, Al-Ghais assegurou que a Venezuela desempenhará um papel fundamental na resposta à procura mundial de energia, que, estimou, irá aumentar nas próximas duas décadas.
O dirigente chegou na terça-feira naquela que é a sua primeira visita à Venezuela após ter sido nomeado secretário-geral da OPEP em janeiro, cargo que assumiu a 01 de gosto, para os próximos três anos.
O Presidente venezuelano propôs aos países membros da OPEP+ chegar a um acordo para um “preço justo” de 100 dólares por barril de petróleo e insistiu que o país pode ajudar à estabilização energética europeia e norte-americana.
O Presidente da Venezuela pediu aos membros da OPEP que “defendam” a estabilidade “do mercado e os benefícios para a economia mundial, tanto direta como indiretamente, pela via financeira, ter o petróleo a um preço justo e equilibrado, um preço já assimilado por todas as economias do mundo”.
Maduro pediu também aos investidores da Rússia, China, Kuwait, Colômbia, México e Argentina que invistam na Venezuela, sublinhando que terão garantias para produzir e exportar para os mercados internacionais.
Por outro lado, o secretário-geral da OPEP, Haitham Al Ghais, explicou que “o petróleo representa atualmente 33% da mistura (do cabaz) energética atual” e que “representará pelo menos 30% da mistura energética até 2045”. “E, se adicionarmos o gás à mistura de petróleo, isto inclui 60% da procura global de energia até 2045”, disse.
Segundo Haitham Al Ghais, são necessários 12 triliões de dólares de investimentos nesta área até 2045, “um valor enorme, e o mundo não pode sustentar o seu crescimento sem energia”.
“O petróleo desempenha um papel fundamental nesta mistura energética. A Venezuela desempenha um papel essencial no abastecimento do mundo com o petróleo que [o mundo] necessita, porque é um país abençoado por Deus, por ter as maiores reservas de petróleo do planeta”, frisou.
Haitham Al Ghais explicou que a Venezuela tem “mais de 200 mil milhões de barris” de petróleo no subsolo.