"Eu digo àqueles que subestimam a Rússia: vocês estão errados. A Rússia não é um país que possa ser subestimado. A Rússia reduziu as entregas de gás e os preços na Europa aumentaram. Todos estão empenhados em refletir sobre o problema. Por que vocês não pensaram nisso antes?", perguntou Erdogan, ao falar na coletiva de imprensa conjunta com o presidente sérvio, Aleksandar Vucic, em Belgrado, nesta quarta-feira (7).
Além disso, o mandatário turco afirmou que avalia como errada
a política do Ocidente no que se refere à Ucrânia, conforme suas palavras,
ela se baseia em provocações.
"Posso dizer muito claramente que não acho que a atitude do Ocidente [em relação à crise ucraniana] esteja correta. Porque o Ocidente está seguindo uma política baseada em provocações", enfatizou, adicionando que a Turquia, por sua vez, segue uma política equilibrada em relação à Ucrânia. O presidente sérvio também indicou que a Sérvia está na fila para comprar os drones de combate turcos Bayraktar e que o país espera recebê-los em 2023.
"Queremos comprar os drones Bayraktar, mas podemos ver que todo o mundo os quer, então entramos na fila, e estamos aguardando e esperando que no próximo ano possamos implementar o acordo. Penso que os nossos ministros tiveram boas discussões e que, no próximo ano, a Sérvia poderá adquiri-los. Estamos prontos para expandir nossa demanda dos Bayraktar e pagar significativamente mais do que o originalmente acordado até dezenas de milhões de euros por eles – uma soma de várias centenas de milhões de euros", disse Vucic.
Ele também comentou sobre a crise energética que abala a Europa, constatando que, se seu país não tivesse estocado gás russo, também estaria enfrentando uma catástrofe.
Tal como a Sérvia, a Turquia conseguiu evitar o pior da crise energética que afeta os seus vizinhos europeus mantendo os seus laços energéticos com a Rússia. No mês passado, Ancara anunciou a transferência de uma parte de seus
pagamentos pelo gás russo para rublos e continua comprando petróleo russo. A Turquia e a Rússia também estão envolvidas na cooperação para construção de uma grande usina nuclear em Akkuyu, no sul da Turquia. Quando entrar em operação, a usina fornecerá à Turquia
até 10% de suas necessidades de eletricidade.