A rotina apertada e a dependência do celular para os compromissos do cotidiano fazem com que os motoristas se arrisquem no trânsito e, mesmo sabendo dos perigos, mexam no celular enquanto dirigem. Resultado: quase 30 infrações de trânsito por hora em todo o País, segundo levantamento da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet). A entidade mostra problema maior que multas. O uso do aparelho de telefone é responsável por, em média, até 57% dos acidentes entre os motoristas que têm entre 20 e 39 anos.
“Recentemente o Maio Amarelo trouxe à tona toda essa preocupação. Mas, é importante dizer que o trânsito envolve vidas e sobre elas precisamos falar e estar atentos o tempo todo”, assinala o responsável pela plataforma Estar Digital, Adriano Krzyuy. A plataforma, presente em seis cidades do Paraná, pode ser acessada no celular, via app. “Mas nem por isso precisa ser observada enquanto o motorista dirige. Longe disso! Oferecemos um sistema para dar mobilidade ao trânsito, contribuindo para a oferta de vagas nas regiões centrais onde as vagas são escassas e extremamente importantes”. Adriano comenta que ainda é comum encontrar motoristas desatentos, que insistem em falar ao telefone ou utilizar aplicativos de envio de mensagem instantânea, até mesmo navegar em redes sociais, enquanto digerem. “Essa falta de atenção coloca em risco a integridade dele e de todos. No trânsito, todos estamos envolvidos”, pontua.
Organizar o trânsito, como propõe a plataforma Estar Digital, uma solução para o estacionamento rotativo público com fiscalização das vagas, vai ao encontro da Política Nacional de Mobilidade Urbana. A Lei n° 12.587/12, que trata sobre o assunto, é fruto de uma das maiores preocupações da atualidade: o número cada vez maior de veículos automotores de uso individual e os problemas relacionados à mobilidade urbana. “Nesta lista, podemos citar os acidentes de trânsito”, afirma Adriano.
Embora nos últimos 20 anos o número de vítimas de trânsito no Brasil venha caindo, ele é alto o suficiente para deixar o País de fora, por exemplo, da meta proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de cortar pela metade este tipo de fatalidade. Cento e quarenta e oito anos após o primeiro acidente de carro no mundo, quando a cientista irlandesa Mary Ward perdeu a vida quando passeava com a família, num carro a vapor, ainda é notícia no mundo a fatalidade causada pela irresponsabilidade atrás do volante. “O Brasil ocupa o quinto lugar no ranking mundial de mortes no trânsito. É muito grave”, comenta Adriano, citando dados deste ano do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).