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Talibã usa violência para conter protesto de mulheres

Em Cabul, forças talibãs disparam tiros de advertência e agridem fisicamente afegãs que participavam de ato pacífico a favor da restauração de seus direitos – fortemente restringidos desde que o grupo retornou ao poder.

14/08/2022 às 11h24
Por: Redação Fonte: DW
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Reprodução
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Forças talibãs contiveram violentamente neste sábado (13/08) um protesto pacífico e raro de mulheres em Cabul, a favor da restauração dos direitos conquistados por elas sob o governo anterior no Afeganistão, apoiado pelo Ocidente.

O grupo de cerca de 40 mulheres realizava sua primeira manifestação em meses na capital afegã, entoando frases com demandas como "comida, trabalho e liberdade".

Elas faziam referência à grave crise de fome que afeta o Afeganistão desde que o Talibã retomou o controle do país, em agosto do ano passado, bem como às restrições de acesso ao trabalho, educação e livre circulação reimpostas às mulheres.

"Justiça, justiça. Estamos fartos de ignorância", cantavam as manifestantes, muitas delas desobedecendo a ordem talibã de cobrir o rosto com véus.

Fotos e vídeos compartilhados nas redes sociais mostraram forças talibãs disparando tiros de advertência e agredindo fisicamente as mulheres a fim de dispersar o protesto, realizado no coração da cidade, perto do prédio do Ministério da Educação.

Um dos vídeos mostrou ainda um pequeno grupo de mulheres sendo encurraladas pelas tropas em um local fechado. Algumas foram agredidas pelos talibãs com a coronha de seus fuzis.

A correspondente da DW Sandra Petersmann compartilhou um outro vídeo em que se podia ouvir o som dos tiros enquanto as mulheres fugiam.

 

"Infelizmente, os talibãs do serviço de inteligência vieram e dispararam no ar", contou Zholia Parsi, uma das organizadoras da marcha. "Eles dispersaram as meninas, rasgaram nossos cartazes e confiscaram os celulares de muitas garotas."

Direitos apunhalados

O Talibã tomou o controle de Cabul em 15 de agosto de 2021, horas depois que as últimas tropas dos Estados Unidos se retiraram e o governo afegão democraticamente eleito desmoronou.

Dessa vez, os islamistas prometeram uma versão mais branda do regime islâmico linha-dura que caracterizou seu primeiro comando do Afeganistão, de 1996 a 2001.

Mas a promessa não foi cumprida, principalmente no que diz respeito aos direitos das mulheres. Muitas restrições de liberdade às afegãs foram reimpostas pelo grupo.

Dezenas de milhares de garotas foram proibidas de frequentar a escola, enquanto as mulheres foram impedidas de retornar a muitos empregos no serviço público.

As afegãs também foram proibidas de fazer viagens longas sozinhas e só podem visitar jardins e parques públicos da capital afegã em dias separados dos homens.

Em maio, as mulheres foram obrigadas a se cobrir totalmente em público, incluindo o rosto – idealmente com uma burca de corpo inteiro.

As Nações Unidas e organizações de direitos humanos vêm condenando repetidamente o Talibã, e nenhum país reconheceu seu regime de fato.

Depois que o Talibã retornou ao poder no ano passado, Estados Unidos e União Europeia (UE) impuseram severas sanções contra o Afeganistão.

As medidas punitivas, juntamente com a posição internacional arruinada do país, causaram uma profunda crise econômica que levou a população a uma grave escassez de alimentos e medicamentos.

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