Traduzido por Julio Batista
Original de Fiona MacDonald para o ScienceAlert
O vento solar ocorre quando um fluxo de partículas altamente energizadas e plasma não pode mais ser retido pela gravidade do Sol e irrompe em direção à Terra.
Ainda não sabemos muito sobre como o nosso Sol funciona, mas acredita-se que essas emissões venham de grandes manchas brilhantes no Sol conhecidas como “buracos coronais” e os cientistas fazem um ótimo trabalho ao monitorá-los aqui na Terra.
Por meio desse monitoramento, eles são capazes de criar ‘previsões’ do clima espacial que não apenas preveem quando tempestades solares ou erupções solares, também conhecidas como ejeções de massa coronal (EMCs), estão vindo em nossa direção, mas também quão poderosas elas serão.
Mas isso não significa que ainda não podemos nos surpreender como fizemos no fim de semana.
No início do domingo, o Observatório Climático do Espaço Profundo da NASA (DSCOVR) notou leves fluxos de vento solar, que aumentaram significativa e inesperadamente ao longo do dia.
A causa desta tempestade solar ainda é desconhecida, mas a SpaceWeather especula que pode ter sido a chegada antecipada do vento solar que deve vir de um buraco equatorial na atmosfera do Sol dois dias depois.
Ou poderia ter sido uma ejeção de massa coronal (EMC) perdida.
“Uma descontinuidade nos dados do vento solar às 21:45, no Horário de Brasília, em 7 de agosto sugere uma onda de choque embutida no vento solar”, escreveu a Space Weather.
“Hoje em dia, o sol ativo está produzindo tantas pequenas erupções que é fácil ignorar EMCs fracos em direção à Terra”. No momento da redação deste artigo, o vento solar de alta velocidade continua a bater no campo magnético da Terra, com registros mostrando que a velocidade está atingindo 551,3 quilômetros por segundo em 9 de agosto, 01:06 no Horário de Brasília.
A boa notícia é que o vento solar não nos prejudica aqui na Terra, protegidos com segurança pela atmosfera do nosso planeta.
Quando é forte, porém, pode impactar nossas tecnologias, causando problemas com satélites de telecomunicações e, em casos extremos, redes elétricas.
Esses ventos foram classificados como uma tempestade solar G2 moderada – as tempestades são classificadas como G1 na extremidade mais baixa da escala até G5, que é uma poderosa tempestade solar.
As tempestades G2 podem afetar os sistemas de energia de alta latitude e podem afetar as previsões de órbita da espaçonave, de acordo com a Space Weather.
Se você sente que tudo isso soa familiar, é porque testemunhamos muitas tempestades solares este ano, com o Sol agora na fase ativa de seu ciclo solar de 11 anos.
Já este ano fomos atingidos por erupções de classe X e buracos coronais gigantes, mais de 2,5 vezes o tamanho da Terra. Na maioria das vezes você não teria ideia de que isso estava acontecendo.
A menos que você seja um ávido observador de auroras, claro.
Felizmente, os seguidores do Serviço de Alerta do Clima Espacial foram notificados sobre a tempestade imprevista e conseguiram ver as poderosas auroras resultantes e o fenômeno óptico conhecido como Steve, que foram vistos até o sul da Pensilvânia.
“Eu já estava na cama me preparando para dormir quando a tempestade começou”, disse o astrofotógrafo Ruslan Merzlyakov à Space Weather.
“Correndo para a praia em Nykøbing Mors, consegui fotografar as primeiras auroras de verão na Dinamarca em 5 anos.”
Quem sabe o que o resto da semana nos reserva.