A Justiça do Paraná determinou, nesta segunda-feira (8), a abertura de um novo inquérito para apurar a exclusão dos dados de acesso às imagens registradas por câmeras de segurança do local onde o guarda municipal petista Marcelo Arruda foi morto pelo policial penal bolsonarista Jorge Guaranho, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. As imagens foram apagadas dois dias após o crime.
A determinação do juiz Gustavo Germano Francisco Arguello, da 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu, atende a um pedido feito pelo Ministério Público do Paraná (MPPR), para apurar se houve a prática do crime de fraude processual em relação à possível limpeza dos registros. As informações são do portal G1.
De acordo com o laudo pericial juntado ao processo contra o réu por homicídio qualificado, os registros de acesso foram deletados no dia 11 de julho.
“Ao analisar as configurações do equipamento identificou-se que o serviço de acesso remoto P2P estava ativado e que às 08h57min02seg do dia 11/07/2022 ocorreu um evento de ‘Limpar’ que apagou todos os registros de eventos do aparelho anteriores a esta data. Logo, pela análise dos logs presentes não foi possível afirmar se houve acesso às imagens na data de 09/07/2022”, diz um dos trechos do laudo solicitado pela Polícia Civil.
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O petista Marcelo Arruda foi assassinado a tiros durante sua própria festa de aniversário de 50 anos, na Associação Recreativa Esportiva Segurança Física de Itaipu (Aresf), no dia 9 de julho.
O secretário de Segurança Pública do Paraná, Wagner Mesquita, havia dito no mês passado que a intenção de analisar as imagens registradas pelas câmeras de segurança era comprovar a integridade do conteúdo, ou seja, se não passou por processo de edição e também se o relógio mostrado nas imagens correspondia ao horário dos fatos.
Um dia após o crime, a Polícia Civil anunciou que investigaria se o policial penal Jorge Rocha Guaranho teve acesso a um aplicativo com imagens do clube onde acontecia a festa do militante Marcelo de Arruda, antes da invasão. Segundo fontes na investigação, ele pertenceu à diretoria da associação em que a festa ocorria.
No dia 17 de julho, o vigilante Claudinei Coco Esquarcini, um dos diretores da Aresf, onde ocorreu o assassinato, foi encontrado morto em Medianeira, no oeste do Paraná. Claudinei seria o “responsável pelo fornecimento de senhas” das câmeras de segurança na Aresf.