Internacional Congo
Quatro mortos eletrocutados após dispersão de marcha contra ONU no Congo
Quatro pessoas morreram hoje por eletrocussão durante a dispersão de uma marcha em Uvira contra a presença dos “capacetes azuis” da ONU na República Democrática do Congo (RDC), segundo as autoridades locais.
27/07/2022 19h52
Por: Redação Fonte: https://africa21digital.com/2022/07/27/rd-congo-quatro-mortos-por-eletrocussao-apos-dispersao-de-marcha-contra-onu/

Pela manhã, um grupo de jovens tentou sitiar a sede da Missão da ONU na RDC (Monusco) em Uvira, tendo a polícia usado tiros de aviso para os dispersar, disse Dominique Kalonzo, do gabinete de imprensa da Câmara Municipal de Uvira.

“A polícia usou tiros de aviso para os dispersar”, afirmou Dominique Kalonzo, do gabinete de imprensa da Câmara Municipal de Uvira.

“De momento, a situação é relativamente calma”, disse Adrien Byadunia, presidente da ONG Nouvelle société civile em Uvira, confirmando o número de mortes de quatro jovens mortos por eletrocussão.

As cidades da província do Kivu do Sul tinham sido até agora poupadas aos protestos anti-Monusco que eclodiram no início desta semana.

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Na terça-feira, na província vizinha de Kivu do Norte, três militares da missão e 12 manifestantes foram mortos em protestos contra a Monusco, que é acusada de ineficácia na localização de centenas de grupos armados locais e estrangeiros ativos no leste do Congo, durante quase três décadas.

Na segunda e terça-feira, os manifestantes saquearam e destruíram as instalações da missão da ONU em Goma (capital provincial), Butembo e Nyamilima, de acordo com vários relatos recolhidos pela agência AFP.

Nestas cidades do Kivu Norte, as autoridades destacaram a polícia e o exército para proteger as instalações de Monusco.

O governo e a Monusco anunciaram na terça-feira que tinham aberto uma investigação sobre as causas e o curso destes incidentes violentos.

Presente na RDC desde 1999, Monuc (Missão da ONU no Congo), que se tornou Monusco (Missão de Estabilização da ONU na RDC) em 2010, conta atualmente com mais de 14.000 militares de manutenção da paz e um orçamento anual de mil milhões de dólares. AFP/Angop