No áudio o policial pede desculpas à sua família: “Me desculpa, mas eu não ia conseguir viver sem a Kassiele, me desculpa. Ela já não estava mais se importando com o jeito que eu ia lidar com ela, se eu ia dar atenção pra ela ou não e ela deixou a entender que ela não fazia questão de continuar comigo. Então se é assim, como eu dediquei toda a minha vida pra ela e eu dediquei de todo o coração mesmo, eu desisti de pensar em qualquer outra pessoa (…) qualquer coisa para poder dar atenção e valor pra ela. Entrei em um momento de depressão. Entrei no maldito desse jogo pra mim foi uma válvula de escape e me distanciei dela e ela se acostumou com isso e daí agora ela diz que tanto faz. Então se pra ela tanto faz ela não vai mais falar comigo, falou que, possivelmente, iria separar que não queria ficar comigo do jeito que eu sou que é tudo do meu jeito. Então é assim, eu estava querendo fazer isso mesmo. Já não consigo conviver com a situação da minha mãe (…) e alguém ia arca com as despesas de tudo então para não deixar peso para ninguém eu fiz isso”.
Acompanhe os detalhes do boletim de ocorrência:
A equipe da CGN teve acesso ao boletim de ocorrência que retrata o passo a passo do policial militar Fabiano Junior Garcia que matou oito pessoas entre a noite de ontem, quinta-feira (14) e a madrugada desta sexta-feira (15), entre Céu Azul e Toledo.
Segundo as informações, na noite de ontem, o militar matou a esposa Kassiele Moreira e a filha (A. M. G.) na residência do casal, na Rua Rui Barbosa, 551.
Na sequência, deslocou até a casa da mãe, Irene Garcia, na Rua Boa Esperança, 735, onde a matou e também matou o irmão, Claudiomiro Garcia.
Após sair do imóvel, ele acabou matando dois pedestres, a princípio, escolhidos aleatoriamente, sendo o primeiro Kaio Felipe Siqueira da Silva, na Rua Getúlio Vargas, 761, e o segundo, Luiz Carlos Becker, na Rua Paraíba, 48.
O policial ainda deslocou até o município de Céu Azul, onde outros dois filhos moravam com os tios, onde executou o menino (M. A. da S. G.) e a menina (K. R. da S. G.).
Após matar as oito pessoas, o policial retornou à casa localizada na Rua Rui Barbosa, onde morava com a esposa, sendo que a residência estava tomada de policiais.
Quando os militares visualizaram o carro de Fabiano, procuraram abrigo, pois não sabiam o que poderia ocorrer. Conforme a descrição, o Vectra de cor branca, placas CJX-4F75 subiu a rua em baixa velocidade e parou na esquina com a Rua Epitáfio.
Com o carro estacionado, o policial teria atirado contra a própria cabeça, se suicidando.
Ainda com muita cautela, as equipes que estava no local atiraram contra o radiador e o pneu do carro, com o objetivo de inviabilizar uma fuga, e quando se aproximaram e encontraram Fabiano morto.
Uma equipe do Samu foi acionada e constatou o óbito do militar, sendo que o corpo foi recolhido para exames de necropsia no IML de Toledo.
Foram apreendidas, além do carro, munições, carregadores, uma faca e a arma funcional do policial.
As informações são de que Irene foi morta com facadas, enquanto as demais vítimas foram executadas com tiros à queima-roupa.
Em nota, o comando do 19º BPM de Toledo afirmou que o militar era motorista do oficial CPU e não apresentava histórico de problemas psicológicos.
Veja a nota completa:
A Polícia Militar está consternada e lamenta profundamente o ocorrido nas cidades de Toledo-PR e Céu Azul-PR.
O policial militar que prestava serviços no 19º Batalhão em Toledo não tinha histórico de problemas psicológicos e atuava como motorista do Coordenador do Policiamento da Unidade.
Desde dezembro de 2020 a região conta com o apoio do programa PRUMOS, que disponibiliza atendimento psicológico aos militares, com profissionais contratados para atuar nas Organizações Policiais Militares.