Cartum acusou na segunda-feira o exército etíope de executar sete soldados sudaneses e um civil feito prisioneiro em território sudanês, na disputada zona fronteiriça de Al-Fashaga.
O Governo e o exército etíope negaram, acusando soldados sudaneses de entrarem em território etíope, provocando um confronto com as milícias locais que resultou em baixas de ambos os lados.
Moussa Faki Mahamat “segue com profunda preocupação a escalada da tensão militar entre a República Federal Democrática da Etiópia e a República do Sudão e lamenta profundamente a perda de vidas humanas na sua fronteira comum”, disse a UA num comunicado.
O Presidente chadiano da Comissão “apela aos dois países para que se abstenham de qualquer acção militar de qualquer fonte e apela ao diálogo para resolver qualquer disputa”.
O tom subiu desde segunda-feira entre Cartum e Adis Abeba que nunca chegaram a acordo sobre a delimitação da sua fronteira e que também se opõem há mais de 10 anos sobre a Grande Barragem do Renascimento (RDA), construída pela Etiópia no Nilo, a montante do Sudão e do Egipto.
Apesar dos desmentidos da Etiópia, o Sudão chamou o seu embaixador em Adis Abeba na segunda-feira à noite e convocou o embaixador etíope. O exército sudanês, que está no poder no Sudão desde um golpe de Estado em Outubro de 2021, advertiu que este “acto pérfido não passará”.
Na segunda-feira, o chefe do exército e homem forte do Sudão, general Abdel Fattah al-Burhane, foi a Al-Fashaga e exortou os seus soldados “a impedir qualquer outro movimento ou violação do solo sudanês ou dos seus nacionais”.
Por seu lado, o exército etíope disse na terça-feira que estava pronto para expulsar os militares sudaneses de terras etíopes “confiscadas à força”.
O jornal online Sudan Tribune afirmou na terça-feira que o exército sudanês tinha atacado soldados etíopes na área de Al-Fashaga, o que foi negado pelo porta-voz do exército sudanês. “Não atacamos ninguém, não o faremos e não planeamos fazê-lo, mas não deixaremos nenhuma força armada de nenhum país atravessar a nossa fronteira”, disse o porta-voz, Nabil Abdalla. Lusa/Angop.