O cardeal italiano Angelo Sodano morreu na sexta-feira (27) aos 94 anos em Roma, o anuncio foi feito pelo Vaticano neste sábado (28). Ele era o número dois no Vaticano nos pontificados de João Paulo II e Bento XVI, estando envolvido em várias controvérsias que abalaram a Igreja, segundo a agência AFP.
O cardeal faleceu no hospital Columbus-Gemelli, em Roma, onde estava internado desde 9 de maio após sofrer complicações decorrentes do coronavírus.
O papa Francisco disse em telegrama enviado à família e publicado pelo Vaticano: “homem estimado da Igreja, que viveu o seu sacerdócio com generosidade (…) ao serviço da Santa Sé”.
João Paulo II tornou Sodano o número dois no Vaticano, nomeando-o secretário de Estado em 1991. Ele acompanhou o papa em cerca de 50 viagens ao exterior. Bento XVI o confirmou no cargo após sua eleição como papa em 2005. O cardeal permaneceu no cargo até setembro de 2006, um total de 15 anos na mesma função.
Em 1977, foi nomeado núncio apostólico por Paulo VI no Chile, onde foi extremamente tolerante com a ditadura de Augusto Pinochet. À época, Sodano participou da mediação da Igreja Católica para resolver problemas territoriais entre a Argentina e o Chile. Ele voltou para Roma em 1988, tornando-se braço direito do cardeal secretário de Estado Agostino Casaroli.
O cardeal esteve envolvido em controvérsias da Igreja. Além de sua amizade com Pinochet e de seu alto padrão de vida em Roma, de acordo com o semanário National Catholic Reporter, ele também teria protegido o fundador dos Legionários de Cristo, o mexicano Marcial Maciel, acusado de abuso contra menores.
Nascido em 23 de novembro de 1927 na região italiana de Piemonte (norte), Angelo Sodano era o segundo de seis filhos de uma família camponesa. Ele graduou-se em Teologia e Direito Canônico em Roma e fez parte do corpo diplomático da Santa Sé em países como Equador, Chile e Uruguai.
O funeral será realizado na Basílica de São Pedro na terça-feira (31) e contará com a presença do papa.