O ex-diretor-presidente do museu do Louvre, Jean-Luc Martinez, foi acusado na quarta-feira (25), em Paris, de "lavagem de dinheiro e cumplicidade em fraude organizada", em um inquérito que investiga tráfico de antiguidades.
Martinez foi preso na segunda-feira (23) com dois importantes egiptólogos franceses que foram liberados posteriormente, sem serem indiciados.
O ex-diretor do museu francês foi acusado de "cumplicidade em
fraudes com gangues organizadas e lavagem de dinheiro
para facilitar a transferência de bens de um crime ou delito",
escreve a Rádio França Internacional (RFI).
Ele teria facilitado o roubo de uma estela de granito rosa (monumento funerário de Tutancâmon), adquirida pelo Louvre de Abu Dhabi antes de a legalidade de sua origem ser questionada. Os investigadores suspeitam que Martinez "fez vista grossa" à falsificação de certificados de origem de cinco antiguidades egípcias, incluindo a estela de granito rosa de Tutancâmon, datada de 1327 a.C.
A Justiça francesa
estima que centenas de peças foram "roubadas" a partir da falsificação de certificados de origem.
Elas valem dezenas de milhões de euros, informa a publicação.
O esquema "lavou" artefatos arqueológicos que foram saqueados em vários países assolados pela instabilidade política no Oriente Médio e na África, como Egito, Líbia, Iêmen e Síria.
Jean-Luc Martinez foi diretor-presidente do Louvre de 2013 a 2021 e
é atualmente o embaixador francês para a cooperação internacional em defesa do patrimônio.