Foi lançada nesta semana, em Foz do Iguaçu, a Rede Fitossanidade Tropical (RFT), proposta de âmbito nacional que propõe otimizar cadeias de colaboração já existentes entre centros de pesquisa públicos e privados para desenvolver estudos sobre pragas, doenças e plantas daninhas nas culturas de soja, milho, algodão, feijão e trigo.
A ideia é consolidar 20 anos de experiências em pesquisas colaborativas. A RFT surge para fortalecer a integração entre projetos, pesquisadores e especialidades, possibilitar a abertura e aceleração de frentes inovadoras de investigação científica, aprimorar a comunicação com os diversos setores do agro e, principalmente, reduzir a dispersão de esforços.
O propósito é contribuir para o sucesso de agricultores e empresas do agronegócio na superação de problemas fitossanitários e oferecer ferramentas para decisões que promovam o aumento de produtividade e a sustentabilidade das lavouras.
“A RFT é o amadurecimento de diversas iniciativas espalhadas pelo Brasil”, avalia Adriano de Paiva Custódio, pesquisador do IDR-Paraná, que fará parte do projeto. “Como são trabalhos de características semelhantes, o objetivo é fortalecer as cooperações já existentes e formar uma base para a criação de futuras redes de parcerias”.
Com atuação na área de fitopatologia, entomologia e herbologia, a RFT reúne 34 centros públicos e privados de pesquisa e diversos apoiadores do setor produtivo, fomento e indústria. Mais informações sobre a RFT podem ser obtidas AQUI .
HISTÓRICO– A rede vai unir diversas pesquisas em andamento. A primeira iniciativa desse tipo de colaboração ocorreu em 2003, quando, na XXV Reunião de Pesquisa de Soja da Região Central do Brasil, foi criada uma rede de cooperação para avaliar fungicidas no controle da ferrugem-asiática. Mais tarde (2008), esse trabalho se estendeu para o combate ao mofo-branco, inclusive com avaliação de bioinsumos (2011).
Proposta semelhante foi iniciada em 2013 para estudar a eficiência de inseticidas no combate ao percevejo-marrom e, em 2017, com foco na mosca-branca, pragas de difícil controle no cultivo da oleaginosa.
Na cultura do feijão, em 2008, foi estabelecida uma rede para pesquisar resistência genética a doenças como a antracnose, iniciativa da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e outras cinco entidades parceiras.
Capitaneada pela Embrapa Trigo, em 2010 foi criada uma rede de pesquisas para avaliar eficiência de fungicidas no tratamento de doenças que atingem o cereal de inverno. Sete anos depois, outra iniciativa começava, desta vez para investigar a resistência genética de cultivares à brusone em espigas.
Em 2017 foi estabelecida uma cooperação para avaliação de fungicidas em algodão, iniciativa da Embrapa Algodão, e em milho segunda safra, esta última liderada pelo IDR-Paraná juntamente com a Embrapa Milho e Sorgo.