O novo chefe de Estado será nomeado pelos deputados e senadores, reunidos no aeroporto da capital Mogadíscio, o lugar mais seguro deste país do Corno de África, que há 15 anos enfrenta uma insurreição islâmica.
O Presidente cessante Mohamed Abdullahi Mohamed, conhecido como ‘Farmajo’, é candidato à reeleição.
Entre os restantes candidatos, há dois antigos presidentes, Hassan Cheikh Mohamoud (2012-2017) e Sharif Cheikh Ahmed (2009-2012), e um seu ex-primeiro-ministro Hassan Ali Khaire (Março de 2017 a Junho de 2020).
Outros candidatos incluem o presidente da região de Puntland, Said Abdullahi Dani, e uma mulher, a ex-ministra dos Negócios Estrangeiros e vice-primeira-ministra (Novembro de 2012 a Janeiro de 2014) Fawzia Yusuf Adan.
Para ser eleito, um candidato deve recolher pelo menos dois terços dos votos dos deputados e senadores, ou seja, 184 votos.
Este escrutínio porá fim a mais de um ano de crise política em torno desta eleição, adiada várias vezes.
O mandato do Presidente ‘Farmajo’, eleito em 2017, expirou em Fevereiro de 2021 sem que tivesse conseguido organizar uma nova eleição.
‘Farmajo’ anunciou em Abril de 2021 que queria estender o seu mandato por mais dois anos, desencadeando confrontos armados na capital, Mogadíscio, que reviveram a memória das décadas de guerra civil que assolaram o país após 1991.
Depois de ter instruído o seu primeiro-ministro, Mohamed Hussein Roble, a realizar as eleições, o processo progrediu mas pontuado por vários episódios de tensão entre os dois homens.
Na terça-feira, 30 parceiros da Somália instaram os líderes somalis a “concluírem esta fase final do processo eleitoral de forma rápida, pacífica e credível, para que a atenção se volte para as prioridades nacionais e de construção do Estado”.
Os signatários incluem organizações internacionais, nomeadamente ONU, União Europeia, União Africana, Liga Árabe, países ocidentais – Estados Unidos, Reino Unido, Noruega, França -, países árabes – Qatar, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita -, Rússia e Turquia.