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Alemães acham prova mais antiga do uso de rodas

Marcas descobertas durante escavações arqueológicas em monumentos fúnebres pré-históricos no norte da Alemanha foram produzidas há cerca de 5,3 mil anos.

Redação
Por: Redação Fonte: https://www.dw.com/pt-br/alem%C3%A3es-acham-prova-mais-antiga-do-uso-de-rodas/a-61480194
17/04/2022 às 10h02
Alemães acham prova mais antiga do uso de rodas
Reprodução

Às vezes, demora um pouco na arqueologia, até que tudo seja analisado nos mínimos detalhes. Mas a perseverança geralmente compensa. Na pequena comunidade de Flintbek, no norte da Alemanha, pesquisadores descobriram antigas marcas de rodas durante escavações realizadas entre 1976 e 1996. O achado acabou se tornando uma sensação.

Porque, depois de longas análises, os pesquisadores descobriram que aqueles são "os rastros de rodas mais antigos do mundo", como afirma a historiadora Doris Mischka. Ela publicou agora os resultados das escavações em um livro, um trabalho editado em cooperação com a Universidade Christian Albrechts, de Kiel.

O fato de o achado ser o mais antigo desse tipo no mundo é notável, mas isso não foi suficiente para os pesquisadores. Eles queriam saber a idade exata das marcas das rodas. Usando um método estatístico especial, a equipe conseguiu mostrar o ano em que as trilhas das rodas foram produzidas. As trilhas de rodas de vagões de Flintbek datam de cerca de 3400 a.C. e são as primeiras evidências do uso de rodas.

Doris Mischka, que leciona no Instituto de Pré-História e História Antiga da Universidade de Erlangen-Nuremberg, só está familiarizada com esses rastros de carroças de tempos recentes.

As descobertas colocam em foco a pequena cidade de Flintbek em relação a uma das grandes inovações da humanidade. O arqueólogo Johannes Müller, que participa dos estudos, também considera esse resultado um achado impressionante do Neolítico. "É claro que os povos da Europa Central eram altamente desenvolvidos tecnologicamente, tanto quanto os do Oriente Médio", explica.

Pedras alinhadas em forma de retângulo em escavação arqueológica

Cemitério pré-histórico

Flintbek fica a cerca de 14 quilômetros da cidade de Kiel. Muito próximos da pequena localidade, há dezenas de túmulos do Neolítico e da Idade do Bronze alinhados em forma de meia-lua.

Foi aqui que ocorreram as escavações entre 1976 e 1996. Os túmulos onde as marcas das rodas foram descobertas estão localizados em um dos maiores cemitérios megalíticos da Europa.

Com a ajuda da datação por radiocarbono, os pesquisadores conseguiram provar que a área era usada para os primeiros enterros há cerca de 5.800 anos. Naquela época, as pessoas primeiro construíam túmulos alongados. É assim que são chamados os cemitérios da Idade da Pedra na forma de uma colina retangular ou trapezoidal. Estes eram constantemente ampliados através de sucessivas extensões. Durante a fase inicial, eles também construíram túmulos com pequenas câmaras de pedra, os chamados dólmens.

Por volta de 3300 a.C. a arquitetura mudou. Os mortos eram enterrados em sepulturas feitas em grandes câmaras de pedra com entradas também de pedra, que a partir de então serviam de cemitérios coletivos por muitos séculos.

Com a ajuda das chamadas análises por carbono 14, com que os pesquisadores determinam a idade de materiais orgânicos, eles conseguiram datar os enterros individuais com exatidão de poucos anos.

Capa de livro
Em seu livro, a arqueóloga Doris Mischka descreve o achado da prova mais antiga do uso de rodasFoto: Susanne Beyer

Mas, além do grande número de sepulturas, também chamaram atenção dos arqueólogos duas linhas inicialmente pouco perceptíveis e marrons no solo, que foram encontradas sob um dos túmulos alongados – eram as marcas de rodas.

Através da conexão de todos os dados e do conhecendo da sequência relativa das sepulturas e fases de construção, foi também possível determinar o período de origem destas marcas de arado.

O resultado: 3.400 anos antes de nossa era. "A novidade é que elas eram muito fáceis de datar, por causa das sepulturas que foram construídas sobre elas", explica Doris Mischka. Os rastros foram reconhecidos e identificados pelo espaçamento entre os rastros das rodas, segundo Mischka. "Também o perfil das marcas indica serem mais rodas do que por qualquer outra coisa", explica a arqueóloga. A largura corresponde exatamente à largura das rodas de madeira neolíticas que, entre outros lugares, foram encontrados em pântanos no norte da Alemanha.

A roda foi inventada no local?

De acordo com Mischka, no entanto, as descobertas não indicam que a roda foi inventada naquele lugar.Ela diz que não pode ser descartado que outras trilhas ainda mais antigas sejam encontradas no norte. "Depende das condições favoráveis ​​de preservação", explica a arqueóloga.

"Há representações que podem ser mais antigas e também achados de rodas de assentamentos de zonas úmidas, por exemplo, na Suíça, que podem ser mais antigas." A especialista pondera que há várias regiões que podem ser consideradas o berço da invenção da roda. As regiões de estepe ao norte do Mar Negro ou da Mesopotâmia, a área ao redor dos rios Eufrates e Tigre no sudeste da Anatólia, também são possíveis.

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