“Os dirigentes concordaram que, nas próximas semanas, o processo de desarmamento, desmobilização e reintegração será retomado com o objetivo de encerrar as cinco bases restantes da Renamo e criar as condições necessárias para que os restantes combatentes regressem à casa”, refere um comunicado da Presidência moçambicana emitido terça-feira (5) após uma reunião entre Filipe Nyusi e Ossufo Momade em Maputo.
Segundo a Presidência moçambicana, a Comissão de Assuntos Militares e os Grupos Técnicos Conjuntos para o Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) dos antigos guerrilheiros da Renamo vão orientar as atividades no terreno nos próximos dias e também será criado um grupo para analisar o problema dos atrasos das pensões dos guerrilheiros já desmobilizados, uma questão que tem sido recorrentemente levantada pela Renamo.
“Os dirigentes concordaram que o diálogo continua a ser a única linha de ação para ultrapassar as diferenças e manifestaram a sua satisfação com a cultura de paz que muitas regiões do país estão agora a viver”, acrescenta o comunicado da Presidência.
O Acordo de Paz e Reconciliação Nacional de Maputo foi assinado em agosto de 2019 pelo chefe de Estado moçambicano e pelo presidente da Renamo, prevendo, entre outros aspetos, o Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) do braço armado do principal partido de oposição.
No quadro do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional de Maputo, segundo dados oficiais, 63% dos cerca de cinco mil guerrilheiros da Renamo previstos já entregaram as armas e, das 16 bases daquela força política, 11 já foram desativadas.
O acordo foi o terceiro entre o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e a Renamo, tendo os três sido assinados após ciclos de violência armada, principalmente no centro do país.