Mais de 200 produtores, técnicos, pesquisadores e estudantes participaram do Encontro de Fruticultura Orgânica, evento realizado nesta quarta-feira (6) como parte das atividades que o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná — Iapar-Emater (IDR-Paraná) programou para a ExpoLondrina 2022.
Os alimentos orgânicos são produzidos com uma metodologia que gera menos impacto ao meio ambiente, melhorando a qualidade de vida local. Para obter o selo de orgânico, o produtor precisa obter uma certificação, concedida por órgãos regulamentadores que estabelecem o que é permitido ou proibido no manejo. Na prática, a produção é regida por uma série de regras, regulamentadas no Brasil pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) através da Lei 10.831/2003, atualizada em março de 2021 pela Portaria nº 52.
Em discurso na abertura do evento, o secretário de Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, destacou o esforço do governo estadual para estimular a produção orgânica. “Está provado que dá para fazer orgânicos em qualquer canto do Estado. É uma produção importante, que gera renda e responsabilidade”, afirmou.
Ele lembrou que o Paraná é um dos estados com maior número de agricultores orgânicos certificados. Os dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), de fevereiro, apontam para 3.860 unidades de produção orgânica, o que representa 14,5% das 26.546 credenciadas no País. O Paraná fica atrás apenas do Rio Grande do Sul, que tem 3.966.
“A fruticultura oferece densidade de renda e o produto orgânico é um alimento que os consumidores valorizam. Também temos um compromisso com a merenda escolar e com as próximas gerações. Estamos estimulando agricultores de todo o Estado a buscarem essa produção”, disse Natalino Avance de Souza, diretor-presidente do IDR-Paraná.
ENCONTRO– Na primeira parte do encontro, o produtor Everson Monteiro e o extensionista Felipe Machado de Freitas, do IDR-Paraná, apresentaram as estratégias adotadas na condução de cinco hectares de banana no município de Apucarana (Vale do Ivaí). “O desafio é gigante, mas hoje tenho mais microrganismos benéficos na lavoura do que patógenos”, disse o agricultor.
De Ribeirão Claro, a produtora Rosângela Isete Canabrava e a técnica-agrícola Marina Lima relataram as dificuldades e o aprendizado que obtiveram no processo de implantação e manejo de cultivos de abacaxi segundo o modelo orgânico de produção. “Em breve, teremos um protocolo para a região, o que vai facilitar a adesão dos agricultores, com orientações mais específicas”, afirmou Marina.
Um protocolo técnico para o cultivo orgânico de goiaba também é o objetivo dos técnicos e produtores de Carlópolis, segundo a extensionista Luiza Rocha Ribeiro Calixto, que, juntamente com a produtora Inês Yumiko Sato Sassaki, falou sobre a produção da fruta no município.
Ao final do evento, foram homenageados os produtores Célio Ferracioli, que há mais de 20 anos é produtor certificado em Marilândia do Sul, e Marcos Antônio Almeida, que obteve recentemente a certificação de sua propriedade no município de Lidianópolis.
PRESENÇAS – Participaram do encontro o diretor-presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Otamir Cesar Martins; Vania Moda Cirino e Diniz Dias Doliveira, diretora de Pesquisas e diretor de Extensão Rural do IDR-Paraná; e Antônio Carlos Barreto, chefe regional da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab) em Londrina.