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Museu Casa Alfredo Andersen recebe obras de José Daros, notório por seus retratos

O Museu Casa Alfredo Andersen recebeu nesta terça-feira (15), em comodato, dez quadros, um busto e um relevo criados por José Daros (1898-1981), pa...

Redação
Por: Redação Fonte: Secom Paraná
16/03/2022 às 12h35
Museu Casa Alfredo Andersen recebe obras de José Daros, notório por seus retratos
Foto: Kraw Penas/SECC

O Museu Casa Alfredo Andersen recebeu nesta terça-feira (15), em comodato, dez quadros, um busto e um relevo criados por José Daros (1898-1981), parte do acervo que ainda está em posse de Anagir Daros, nora do artista.

As obras envolvem boa parte de retratos de familiares e parentes de Daros, mas não apenas. São elas: Saudades de Papai, Joenio Mendonça, Silvia Rosa Mendonça, Ildefonso Contador, Lucia Daros Contador, Dr. Virmond, Os irmãos: Alberto, Pedro e Aida Daros, Antonio Daros, Rosa Daros, Francisco Braga e Autorretrato de José Daros. Além deles, as esculturas Busto de D. Rosa Daros e o relevo de J. Braga.

Anagir Daros não economiza elogios para falar do sogro, homem que acumulava atributos e atribuições como os hoje míticos homens renascentistas. “Ele era professor dedicado, dava aulas de música e desenho, mas era também um barítono, escultor e pintor”, conta.

Daros foi aluno de Alfredo Andersen, o que justifica a entrega em comodato ao Museu. Segundo Anagir, Andersen foi o mestre dele, que o incentivou a retratar as pessoas e dizia que ele tinha um dom para isso. Boa parte das obras que foram encomendadas eram justamente retratos.

“Os retratos eram pagos, mas as paisagens e naturezas mortas eram dadas como presente. Ele gostava de presentear as pessoas”, diz a nora do pintor. Entre suas amizades estiveram figuras importantes da arte brasileira como Poty Lazzarotto e Cândido Portinari.

As obras foram entregues ao Museu em comodato por um ano. Depois desse período, caso ainda seja o desejo da família, elas se integrarão ao acervo da instituição. “Me sinto muito feliz e realizada, sabendo que ele está no lugar que ele queria estar”, diz Anagir.

LOUVRE – Com apenas 30 anos, Daros chegava ao Louvre, na França, um dos espaços museais mais conhecidos e disputados do mundo. E, além disso, chegava com uma modalidade da pintura que é, como o texto do jornalDiário da Tardeapontava, particularmente difícil.

Em abril de 1928 o jornal publicou a seguinte nota: “Encontra-se exposto numa das artísticas mostras do Louvre um formoso trabalho do pintor contemporâneo J. Daros. O trabalho exposto (...) tem sido bastante apreciado. Demonstra a evolução do jovem artista nosso na difícil arte do retrato”.

Luiz Gustavo Vidal, diretor do Museu Casa Alfredo Andersen, concorda com a crítica: “Cada artista escolhe algo para se especializar, e ele destaca o olho querendo destacar o olhar do retratado”.

A vivacidade dos retratos de Daros é tamanha que se tornou uma história familiar e que, de alguma forma, foi incorporada ao acervo, como conta Anagir. O quadro Saudades de Papai é justamente a reprodução do momento em que, preocupada com os filhos que não viam o pai há muito tempo, sua esposa os coloca diante de um de seus autorretratos. Nessa pintura ainda é possível ter uma ideia de como era o atelier de Daros.

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