Vladimir Putin, presidente da Rússia, deu na sexta-feira (25) uma ordem para parar
o avanço das tropas enquanto esperava negociações com Kiev, relatou Dmitry Peskov, porta-voz presidencial russo.
"Ontem [25], devido às esperadas negociações com a liderança ucraniana, o comandante-em-chefe e presidente da Rússia deu uma ordem para parar o avanço das principais forças russas", disse ele neste sábado (26) aos repórteres.
"No entanto, os combates continuaram em vários lugares, houve confrontos com grupos móveis de nacionalistas e banderistas [em referência a Stepan Bandera, colaboracionista nazi ucraniano durante a Segunda Guerra Mundial], que usavam veículos leves e caminhões, nos quais instalaram armas, à semelhança dos jihad-mobiles, só que agora eles são chamados de bandera-mobiles", continuou o porta-voz. Ante a recusa de negociações, indicou, a Rússia retomou as operações militares.
"Devido ao lado ucraniano basicamente rejeitar as negociações, hoje [26] foi retomado o avanço das forças russas, em conformidade com o plano de realização da operação", anunciou.
"Agora será necessária uma análise adicional e a coordenação do trabalho pelos respectivos ministérios. E, obviamente, estão sendo tomadas imediatamente medidas para minimizar os efeitos dessas sanções, o bom funcionamento de todos os setores da nossa economia, dos sistemas da nossa economia. Existem todas as possibilidades e potencial para isso", segundo o representante do Kremlin, acrescentando que esse potencial foi criado "para estas situações".
"As sanções dos últimos dias são bastante sérias. Nós também nos preparamos para elas de forma séria e antecipada", disse ele.
O porta-voz presidencial da Rússia referiu ainda que estão sendo feitas análises de como responder às sanções.
Na madrugada de quinta-feira (24) Vladimir Putin, presidente da Rússia, anunciou uma operação militar na região de Donbass. A operação começou após um pedido de assistência militar feito pelas recém-reconhecidas repúblicas populares de Lugansk e Donetsk. Putin disse que toda a responsabilidade pelo sangue derramado recai sobre o governo em Kiev, instou os militares da Ucrânia a não cumprirem as ordens, a deporem as armas e a voltarem para casa.
Segundo o governo russo, as operações na Ucrânia têm como objetivo desmilitarizar o país e
combater a presença de neonazistas, garantindo a segurança da região de Donbass e da Rússia.
Após o começo da operação em Donbass, os países ocidentais têm anunciado rodadas de sanções todos os dias, incluindo contra empresários e bancos russos, e até contra Putin e Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia. Além disso, tem sido discutida a desconexão russa do sistema de pagamentos internacional SWIFT, apesar da falta de consenso sobre essa questão.