O movimento modernista foi um marco cultural brasileiro, pois mudou o jeito de se fazer cultura no Brasil. Por isso, o assunto é tão importante nas salas de aula e virou tema obrigatório na maioria dos vestibulares do país. A Agenda Tarsila selecionou cinco livros que foram lançados e relançados recentemente sobre o modernismo. A leitura vale para aqueles que precisam estudar sobre o período ou mesmo os que apreciam a época vanguardista.
Confira!
● Editora relança ‘Vanguarda Europeia e Modernismo Brasileiro’, de Gilberto Mendonça Teles
A editora José Olympio relança em fevereiro uma obra fundamental em meio às comemorações dos cem anos da Semana de Arte Moderna: Vanguarda Europeia e Modernismo Brasileiro, agora ampliada pelo próprio autor, Gilberto Mendonça Teles. Obra de referência já consagrada reúne poemas, conferências e manifestos vanguardistas estrangeiros e nacionais publicados entre 1857 e 1972. A edição vem acrescida de novo prefácio do próprio autor. O evento é considerado o marco inaugural do modernismo no Brasil. Grande parte dos intelectuais e artistas que estiveram à frente desse movimento tinha vivido na Europa após a Primeira Guerra Mundial e enfim trazia ideias e técnicas que lá se desenhavam desde as últimas décadas do século 19.
Professor emérito de Literatura Brasileira e Teoria da Literatura na PUC-Rio, com diversas passagens, como poeta e crítico literário, por instituições nos Estados Unidos e na Europa, Gilberto Mendonça Teles apresenta um rico panorama dos movimentos modernistas, uma viagem em companhia de textos de artistas que foram capazes de antever os sopros da mudança ainda no século 19 — como Charles Baudelaire, Arthur Rimbaud e Stéphane Mallarmé —, nomes que protagonizaram as vanguardas europeias — como André Breton, Vladimir Maiakovski e Tristan Tzara —, expoentes do modernismo brasileiro — como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, João Cabral de Melo Neto e Murilo Mendes — e, enfim, aqueles que marcaram um momento mais experimental da arte brasileira — como Décio Pignatari e Wlademir Dias-Pino. Para mais informações, acesse Agenda Tarsila.
● Luiz Ruffato lança livro com um ensaio sobre as principais revistas do movimento modernista
No ano em que se comemoram os 100 anos da Semana de Arte Moderna, o premiado romancista Luiz Ruffato lança A Revista Verde, de Cataguases: Contribuição à História do Modernismo (Autêntica Editora) e apresenta uma importante contribuição para a compreensão do desenvolvimento e consolidação das ideias modernistas no Brasil, por meio de uma abordagem sobre o movimento vanguardista ocorrido em Cataguases (MG). Ele faz um ensaio sobre as principais revistas do movimento modernista.
A revista Verde, lançada em 1927, reuniu em suas páginas o que de melhor e mais ousado havia em termos de produção literária naquele momento, com explícito incentivo, moral e financeiro de nomes como Mário de Andrade, Alcântara Machado, Prudente de Morais Neto e Oswald de Andrade, entre outros. Ao contrário do que até hoje a historiografia aborda como “fenômeno inexplicável”, Ruffato demonstra, de maneira cabal, que o surgimento desse movimento numa localidade do interior de Minas Gerais deveu-se a uma convergência de fatores econômicos, sociais e culturais. Para mais informações, acesse Agenda Tarsila.
● ‘Macunaíma’ é relançado pela editora José Olympio com capa original
A editora José Olympio relança em fevereiro uma obra fundamental em meio às comemorações dos cem anos da Semana de Arte Moderna: a edição de Macunaíma revisada por Mário de Andrade, com capa original de Thomaz Santa Rosa. Macunaíma – O Herói sem Nenhum Caráter é um marco na história da literatura brasileira. Publicado pela primeira vez em 1928 e custeado pelo autor, o livro teve sua segunda edição lançada pela Livraria José Olympio Editora, em 1937. É esse texto que os leitores têm agora em mãos, com atualização ortográfica, estilo da prosa preservado e projeto editorial que reproduz a arte gráfica original de Thomaz Santa Rosa, icônico artista visual responsável pelos livros da editora nos anos 1930 e 1940.
Um dos precursores do modernismo no Brasil e um dos organizadores da Semana de Arte Moderna de 1922, Mário de Andrade se valeu de sua ampla visão da cultura popular para criar o personagem-título. Macunaíma foi forjado a partir de lendas indígenas e populares, colagens de histórias, mitos e modos de vida que, nele somados, deram existência a um tipo brasileiro ideal. Um ser mágico, debochado e zombeteiro, que viaja pelo país acompanhado de seus irmãos, Jiguê e Maanape, numa aventura para recuperar seu amuleto perdido: a muiraquitã. Em 1969, o filme homônimo dirigido por Joaquim Pedro de Andrade trouxe dois protagonistas: Grande Otelo, o Macunaíma negro; e Paulo José, o Macunaíma branco. No Carnaval de 1975, a Portela levou à avenida o samba-enredo Macunaíma – Herói de Nossa Gente, puxado por Silvinho da Portela, Clara Nunes e Candeia. Em 2019, Macunaíma – Uma Rapsódia Musical foi uma das peças mais elogiadas da temporada teatral. A adaptação foi dirigida por Bia Lessa, com roteiro da escritora e crítica de arte Veronica Stigger, que agora assina o prefácio desta edição. Para mais informações, acesse Agenda Tarsila.
● Record lança livro que mostra a faceta antimodernista de Graciliano Ramos
A editora Record vai publicar o livro O Antimodernista: Graciliano e 1922, reunião dos textos que Graciliano Ramos escreveu trazendo a herança do modernismo de um ponto de vista crítico. O livro, organizado pelos pesquisadores Thiago Mio Salla e Ieda Lebensztein, mostra que Graciliano, reconhecendo a importância do movimento, não cai na idolatria e na idealização de muitos de seus contemporâneos. O leitor encontrará a consciência crítica e autocrítica de um escritor na contracorrente do triunfalismo vanguardista, simbolizado pela Semana de 1922. Não se trata de uma defesa do tradicionalismo nem de reacionarismo, mas os textos mostram um autor incomodado com os descaminhos da civilização ocidental, e que manifesta sua postura desconfiada e vigilante de modo contínuo. ‘Antimodernista moderno’, Graciliano defendia a clareza da escrita e uma técnica ficcional feita de circunspecção, introspecção e respeito às palavras e aos seres, capaz de articular a representação crítica e a expressão subjetiva de impasses sociais e morais. Thiago Mio Salla e Ieda Lebensztayn também foram organizadores dos livros Cangaços e Conversas, de Graciliano Ramos, também publicados pela Record. Para mais informações, acesse Agenda Tarsila.
● Editora Autêntica lança coletânea de Mário de Andrade
A editora Autêntica lança Inda Bebo no Copo dos Outros, coletânea de Mário de Andrade. Organizada por Yussef Campos, ela traz obras dispersas do modernista reunidas pela primeira vez. São textos originalmente publicados em revistas, jornais, periódicos e livros que se inserem no contexto da Semana de Arte Moderna e seus antecedentes. E, como o próprio polímata disse: “Bem poderíamos em 2022 celebrar o 1º Centenário de nossa independência literária”. Trata-se, principalmente, de debates e reflexões de Mário de Andrade sobre a estética artística denominada “modernista”. Para mais informações, acesse Agenda Tarsila.
Sobre a Agenda Tarsila
A Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo lançou, em setembro do ano passado, a Agenda Tarsila, um braço fundamental do projeto “Modernismo Hoje”, concebido pela pasta para celebrar o legado da Semana de Arte Moderna de 1922. A iniciativa é um guia especial e único sobre a temática. Além de acompanhar a programação, o público poderá conferir a história do movimento modernista, curiosidades, galerias de fotos, entrevistas exclusivas com familiares, artistas contemporâneos e pesquisadores dos principais personagens que lançaram tendência no Movimento Modernista. O projeto também disponibiliza conteúdo nas redes sociais (Instagram, Twitter, Facebook, TikTok e Youtube) com diversas novidades envolvendo o centenário. Toda a gestão e produção da Agenda Tarsila é realizada pela Organização Social Amigos da Arte.
Para mais informações sobre os eventos, acesse www.agendatarsila.com.br