As Forças Armadas da Suécia não estão hoje
preparadas para um conflito militar, criticou Magnus Christiansson, especialista em defesa sueco, apesar de um recente aumento do investimento na área.
Embora no início dos anos 1990, quando a Guerra Fria terminou, a Suécia fosse uma força formidável para cumprir o objetivo de repelir uma invasão, durante a década foram desmanteladas unidades e descomissionado material militar pesado em meio a um desaparecimento de ameaças, resumiu Christiansson. Desde então o raciocínio por trás das Forças Armadas da Suécia tem sido de ter uma força capaz de resistir até chegar ajuda exterior, em vez de combater uma invasão solitariamente, explicou o acadêmico, sendo que a ideia é cada vez mais desafiada por políticos e chefias militares suecas.
"Apenas nas recentes decisões de defesa eles
têm tentado fazer algo sobre isto, mas
isso levará muito tempo", apontou o especialista, acrescentando que embora o nível de ameaça contra toda a Europa tem aumentado, não é possível desenvolver as Forças Armadas mais rapidamente, mesmo investindo muito dinheiro.
"Não devemos dar a impressão que estamos prestes a fazer coisas que mudem drasticamente a situação. Precisamos ser francos o suficiente para descrever os fatos: desenvolver capacidade militar leva tempo. Demoli-la é muito rápido", comentou ele.
Estocolmo planeja gastar em 2025 quase 90 bilhões de coroas suecas (R$ 51,67 bilhões) nas forças militares, um aumento de mais de duas vezes em uma década, em meio a uma tentativa de melhorar as capacidades de defesa do país, usando frequentemente para isso
a justificativa de "ameaça russa". Para isso têm sido recriadas unidades da época da Guerra Fria, aumentados os níveis de preparação e realizados exercícios militares conjuntos com outros países.