Em uma declaração conjunta sobre o Tratado de Não Proliferação Nuclear, emitida na quinta-feira (20), Estados Unidos e Japão instaram Pequim a aumentar a transparência e a reduzir os riscos nucleares.
"Registrando o aumento contínuo das capacidades nucleares da República Popular da China (PRC, na sigla em inglês), Japão e Estados Unidos pedem à PRC que contribua para acordos que reduzam os riscos nucleares, aumente a transparência e promova o desarmamento nuclear", aponta o documento.
Em resposta, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, disse que a declaração conjunta "é nada mais do que um truque para desviar a atenção, transferir a responsabilidade e ocultar o seu deplorável histórico no setor nuclear".
"Como é sabido, os EUA são a principal ameaça à segurança estratégica global, com o maior e mais avançado arsenal nuclear do mundo", disse o porta-voz, acrescentando que Washington tem implantado sistemas de defesa antimíssil em todo o mundo.
"Os EUA continuam investindo trilhões de dólares para atualizar sua 'tríade nuclear', desenvolvendo armas nucleares de baixa potência, e reduzindo o limiar para o uso destas armas", observou o porta-voz da chancelaria chinesa.
Além disso, Zhao criticou o Japão por armazenar grandes quantidades de plutônio destinado a armas, sublinhando que, "se o Japão pretende realmente fazer avançar o processo internacional de desarmamento nuclear e de não proliferação, deve responder a estas preocupações internacionais de forma responsável e conquistar a confiança da comunidade internacional com ações concretas". O diplomata chinês destacou que o seu país "está firmemente empenhado em uma estratégia nuclear defensiva e na política de não ser o primeiro a utilizar as armas nucleares em nenhum momento e em nenhuma circunstância".
Anteriormente, Fu Cong, diretor-geral do Departamento de Controle de Armas do Ministério das Relações Exteriores da China, disse que o acordo militar trilateral AUKUS, estabelecido entre os EUA, Reino Unido e Austrália e que tem sido fortemente criticado por vários países, pode levar ao colapso do regime de não proliferação nuclear.