Internacional Moçambique
Grupos armados matam cinco pessoas e queimam casas em Moçambique
Grupos armados mataram cinco pessoas durante um ataque a uma aldeia de Cabo Delgado, norte de Moçambique, de acordo com testemunhos de população em fuga e outras fontes.
18/01/2022 21h14 Atualizada há 3 anos
Por: Redação Fonte: https://africa21digital.com/2022/01/18/mocambique-grupos-armados-matam-cinco-pessoas-e-queimam-casas/

Desconhecidos atacaram Limwalamwala, povoação no distrito de Nangade, pelas 17:00 de domingo e queimaram cerca de 200 casas construídas com material tradicional, relataram fontes locais. De acordo com os relatos, do ataque resultaram pelo menos cinco mortes e a debandada geral da população para as matas.

O distrito de Nangade fica no extremo norte de Cabo Delgado: faz fronteira com a Tanzânia e a nascente é delimitado pelos distritos de Palma, vila dos projetos de gás, e Mocímboa da Praia, vila portuária reconquistada há cinco meses aos insurgentes.

Segundo fontes locais, o distrito tem contado com um reforço militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) que, a par de tropas do Ruanda, têm ajudado desde julho de 2021 a combater os grupos armados.

Noutro ponto da província, no centro de Cabo Delgado, pelas 08:00 de domingo, grupos armados atacaram a aldeia de Nkóe, situada a seis quilómetros da estrada nacional 380. Residentes relataram o ataque e a fuga generalizada da população para as matas. Os agressores queimaram casas, mas até agora não há relato de vítimas.

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Parte dos habitantes segue para a sede de distrito mais próxima, Macomia, para daí rumar para a capital provincial, Pemba. Outras famílias permanecem escondidas nas matas.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, de acordo com as autoridades moçambicanas.

Desde julho, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas onde havia presença de rebeldes, mas o conflito continua em vários distritos e tem atingido a província vizinha do Niassa.