A erupção submarina do vulcão Hunga-Tonga Hunga-Ha'apai pode reduzir a temperatura média em 0,5 graus Celsius no Hemisfério Sul, preveem cientistas climáticos.
O professor Jim Salinger disse que a erupção bombeou 0,4 teragramas de dióxido de enxofre (SO2) para a estratosfera. Este dióxido de enxofre, segundo o cientista, desviará parte da radiação do sol, diminuindo a temperatura da superfície da Terra.
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Os perfis verticais de aerossol do perfil de membro (OMPS-LP) SNPP/OMPS de 16 de janeiro mostrados abaixo capturaram a nuvem de aerossol estratosférica do vulcão atingindo altitudes de até 30 km (no mesmo local que as colunas de SO2 mais altas). Informações da NASA, Equipe de Ozônio e Qualidade do Ar.
Imagens de satélite mostram ainda que a pluma de dióxido de enxofre chegou à Austrália nesta segunda-feira (17), cobrindo Queensland e o norte do país.
"O que provavelmente veremos nos próximos dois meses é um pôr do sol magnífico, à medida que a névoa de ácido sulfúrico desce lentamente da estratosfera, mas também espero que o resfriamento em nossa região chegue a alguns décimos de grau, no máximo", disse Salinger.
James Renwick, da Universidade de Wellington, observou que a erupção de Tonga teria um impacto significativo localmente, "mas não é provável que afete o clima global".
"Claro, está cortando um pouco da luz solar que atinge essa parte específica dos trópicos, e o que está na nuvem de aerossol se espalhará na estratosfera, mas isso não levará a temperaturas significativamente mais baixas", disse ele.
Os pesquisadores concordaram que a erupção de Tonga não foi tão grande quanto a do Monte Pinatubo, nas Filipinas, que injetou 20 milhões de toneladas de SO2 na estratosfera em junho de 1991.