Direitos Humanos Violações graves
Inquérito internacional foca em Israel e ignora outros países do Oriente Médio que cometem violações graves contra direitos humanos
Comissão do Conselho de Direitos Humanos da ONU estabelece monitoramento contínuo das ações de Israel desde 2021 com orçamento muito maior do que comissões semelhantes na Síria, por exemplo
17/01/2022 21h03
Por: Redação

O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (UNHRC, da sigla em inglês) determinou no ano passado o estabelecimento de uma comissão de inquérito internacional que investigue de forma independente e contínua o território ocupado por palestinos, incluindo Jerusalém Oriental e Israel, em busca de evidências de violações aos direitos humanos. Na prática, o sistema prevê que toda e qualquer atividade israelense nas regiões ocupadas seja monitorada indefinidamente. A comissão de inquérito deve se reportar ao Conselho de Direitos Humanos e à Assembleia Geral anualmente a partir de junho e setembro de 2022, respectivamente, para apresentar seus resultados.

A resolução de criar a comissão de inquérito já causou polêmica desde sua votação, dividindo a opinião de nações importantes. A medida foi aprovada por 24 votos a favor, mas teve 9 votos contra e 14 abstenções. Alemanha, Áustria e Reino Unido foram algumas das nações contrárias ao estabelecimento das investigações, enquanto que França, Itália e Brasil foram alguns dos países que optaram por se abster.

André Lajst, cientista político, diretor executivo da StandWithUs Brasil e especialista em assuntos do Oriente Médio explica que o Conselho da ONU que estabeleceu o inquérito tem um longo histórico de preconceito e perseguição a Israel. “Apesar da organização se destacar em outros lugares do mundo por defender os valores humanitários, em Israel e nos territórios sob controle da Autoridade Nacional Palestina é nítido seu posicionamento enviesado, aprovando medidas que pressionam Israel enquanto poupa outros países do Oriente Médio que atropelam diariamente os direitos humanos”, explica o especialista.

O orçamento e equipe designados para a investigação contra Israel são o dobro do tamanho de uma comissão semelhante focada na Guerra Civil Síria. Embora o conflito israelo-palestino seja uma tragédia que deve terminar, as próprias estimativas da ONU mostram que pelo menos 120 vezes menos pessoas foram mortas em ambos os lados desde 2011 (4.133), em comparação com a Guerra Civil Síria no mesmo período (mais de 500.000). 

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A StandWithUs internacional organizou uma petição contra a atuação da UNHRC. Para saber mais, basta acessar o link: https://www.standwithus.com/unhrc-campaign