Com situação no país estabilizada, forças de paz da CSTO iniciam retirada do Cazaquistão
A missão de paz da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO, na sigla em inglês) no Cazaquistão está chegando ao fim, anunciou na quinta-feira (13) o secretário-geral da entidade, o belarrusso Stanislav Zas.
"A operação de paz da CSTO, realizada no território da República do Cazaquistão a pedido da liderança do país, está gradualmente chegando ao fim", disse o secretário-geral na cerimônia dedicada ao término da missão.
Segundo as palavras de Stanislav Zas, as Forças de Paz, criadas por decisão do Conselho de Segurança Coletiva da CSTO, desempenharam honrosamente todas as tarefas de que foram incumbidas.
Conforme disse o secretário-geral aos jornalistas após o evento, a retirada das forças de paz pode levar até dez dias, o que vai depender inclusive das condições meteorológicas.
O Ministério de Defesa da Rússia informou também que "de acordo com o plano desenvolvido pelo Comando das Forças Coletivas de Paz da CSTO e pelo Ministério de Defesa do Cazaquistão, a proteção das estruturas e prédios de importância vital do país começou a ser transferida para os órgãos de segurança pública do país".
As unidades do contingente da CSTO no país centroasiático também começaram a preparar o equipamento para regressar às suas bases permanentes, acrescentou o comunicado.
Os presidentes da Rússia e do Cazaquistão, Vladimir Putin e Kassym-Jomart Tokaev, abordaram as questões ligadas ao início da retirada dos contingentes dos países-membros da CSTO do território cazaque, informou o serviço de imprensa do Kremlin.
Nesta quinta-feira (13), os presidentes tiveram uma conversa telefônica, durante a qual Tokaev informou seu homólogo russo sobre as medidas de restauração da ordem no país, realizadas em conjunto com as forças de paz.
"Foram discutidas as questões em relação ao início da retirada coordenada dos contingentes dos Estados-membros da CSTO do território do Cazaquistão", diz a mensagem.
O presidente do Cazaquistão agradeceu à Rússia a ajuda e apoio prestados à nação cazaque.
Na reunião com o ministro de Defesa russo, Sergei Shoigu, Vladimir Putin disse que as tropas enviadas pela CSTO deram uma contribuição importante para a estabilização da situação no Cazaquistão. Segundo o presidente russo, graças às forças de paz, todas as instalações de infraestrutura vital foram tomadas sob proteção. Também hoje, quinta-feira (13), os ministros da Defesa dos países-membros da CSTO realizaram uma reunião extraordinária em formato de videoconferência, para discutir os resultados da missão de paz no Cazaquistão, tendo determinado o retorno das forças de paz às suas bases permanentes.
As Forças Coletivas de Paz da CSTO foram enviadas ao Cazaquistão após os protestos que se transformaram em tumultos violentos no início de janeiro, com ataques armados a vários prédios da administração do Estado. O presidente Kassym-Jomart Tokaev declarou o estado de emergência em todo o país e solicitou a assistência militar aos aliados da Organização do Tratado de Segurança Coletiva.
Da missão de paz participaram 1.480 militares russos, 200 militares do Tajiquistão, 150 soldados do Quirguistão, 100 soldados de Belarus e outros 100 da Armênia. Assim, a força contou com 2.030 militares e 250 veículos e equipamentos de guerra pesados.