“O que aconteceu na segunda-feira foi um verdadeiro ato de terror, cujas impressões digitais deixadas na senda do crime são bem visíveis e facilmente reconhecíveis e apontam para a materialização de um macabro plano de ingovernabilidade através do fomento da vandalização de bens públicos e privados, incitação à desobediência e à rebelião, na tentativa da subversão do poder democraticamente instituído”, acusou João Lourenço, que falava hoje na abertura da 12ª reunião do Conselho de Ministros.
Segundo João Lourenço, que elogiou a “contenção” da Polícia Nacional “naquele fatídico dia”, bem como o comportamento “patriota, tolerante e responsável” das entidades diretamente lesadas, o país foi alvo de “um ato de rebelião que alterou a ordem pública, vandalizou bens públicos e privados e pôs em risco a segurança e a vida de pacatos cidadãos”, incluindo profissionais de saúde e da comunicação social.
O primeiro dia de uma paralisação de taxistas em Luanda ficou marcado, na segunda-feira, por distúrbios e atos de vandalismo entre os quais a destruição de um autocarro do ministério da Saúde e de um edifício do MPLA (partido no poder), incendiados por populares, segundo a polícia, que deteve 29 pessoas na sequência dos desacatos.
Na segunda-feira, o secretário provincial do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder) em Luanda, Bento Bento, tinha já sugerido que elementos da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, principal partido da oposição), estariam ligados ao vandalismo, o que a UNITA desmentiu, recomendando antes ao Governo que “resolva os problemas do povo”.
Ambos os partidos, que vão disputar este ano eleições gerais, condenaram veementemente os incidentes.