As inundações são causadas pelas descargas efetuadas numa barragem da África do Sul, país vizinho de Moçambique, desde o dia 15.
“Essa subida de água criou uma situação de inundações em cerca de 4.074 hectares de culturas” em pelo menos quatro postos administrativos do distrito da Manhiça, disse César Dindane, diretor dos serviços de planeamento e infraestruturas de Manhiça, citado hoje pelo canal privado Stv.
“[A situação é] realmente preocupante porque isto está a ser repetitivo. No ano passado tivemos uma situação de perda de hectares de cana-de-açúcar”, referiu César Dindane.
Segundo o responsável, há também algumas vias com acesso condicionado devido às inundações, mas, entretanto, “não houve ainda necessidade de deslocar comunidades”.
“Estamos em alerta porque a qualquer altura poderemos ter mais quantidade de água”, referiu, acrescentando que se está a fazer o levantamento das áreas afetadas e a sensibilizar a população a se retirar das zonas baixas.
A costa moçambicana poderá ser atingida por um número acima da média de ciclones na época chuvosa, que começou em novembro e vai até abril, referiu um sumário da Rede de Alerta Antecipado de Fome (rede Fews, na sigla inglesa), consultado em 01 de dezembro pela Lusa.
Um total de 96 pessoas morreram devido aos ciclones e outros desastres naturais em Moçambique na última época chuvosa, segundo dados oficiais.
O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas de dois dos maiores ciclones (Idai e Kenneth) de sempre a atingir o país.