Em comunicado, divulgado quarta-feira (24), a Alta Comissão Eleitoral (HNEC, na sigla em português) publicou uma lista de 25 candidatos cujos processos foram rejeitados, onde se inclui o filho do antigo líder da Líbia, que tinha anunciado a candidatura em 14 de novembro.
Seif al-Islam Kadhafi é procurado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes contra a humanidade e o HNEC explicou que não validou estas candidaturas por irregularidades em vários documentos e ainda devido a missivas que lhe foram dirigidas pelo Ministério Público, o chefe da Polícia Criminal e o presidente do Departamento de Passaportes e Nacionalidade.
O anúncio da candidatura de Seif al-Islam Kadhafi, de 49 anos, que até então estava em parte incerta, causou surpresa.
No final de julho, o filho de Muammar Kadhafi tinha revelado, em entrevista ao jornal New York Times, um possível regresso à política.
O HNEC tinha divulgado na terça-feira que 98 candidatos, incluindo duas mulheres, apresentaram candidatura para concorrer ao cargo de chefe de Estado.
Entre os candidatos destacam-se o marechal Khalifa Haftar, que controla parte do leste e sul da Líbia, o influente ex-ministro do Interior, Fathi Bachagha, e o chefe do governo interino, Abdelhamid Dbeibah.
Os três viram a sua candidatura ser validada pelo HNEC, revelou este órgão na quarta-feira.
Para a eleição do chefe de Estado – a primeira por sufrágio universal na Líbia – a apresentação de candidaturas teve lugar exclusivamente em três gabinetes da Alta Comissão Eleitoral: em Tripoli (oeste), Benghazi (leste) e Sebha (sul).
Juntamente com as eleições legislativas a realizar em janeiro, estas eleições – o culminar de um processo político patrocinado pela ONU -, deverão virar a página de uma década de caos, desde a queda do regime de Kadhafi em 2011, e pôr fim às divisões e lutas fratricidas entre dois campos rivais, um no oeste do país e o outro no leste.
Mais de 2,83 milhões de líbios, de um total estimado de sete milhões de habitantes, inscreveram-se para votar.
Para a comunidade internacional, a realização de eleições é essencial para pacificar o país, que possui as reservas de petróleo mais abundantes em África.
Mas com a situação de segurança ainda frágil e as diferenças políticas a persistirem, inclusive sobre o calendário eleitoral, a realização destas eleições permanece incerta.