De acordo com a SA Special Risk Association (Sasria, no acrónimo em inglês), a organização estatal de seguros civis que cobre tumultos, greves e desordem pública, as reivindicações de seguros decorrentes dos tumultos e saques nas províncias de KwaZulu-Natal, sudeste do país, e Gauteng, onde se situa Joanesburgo e a capital do país Pretória, ascendeu a 32 mil milhões de rands (1,853 milhões de euros).
“E se adicionarmos os sinistros resolvidos por outras seguradoras que excedem os limites da Sasria e as perdas daqueles que não tinham seguro, os prejuízos de 09 a 19 de julho deste ano ascendem a cerca de 50 mil milhões de rands”, disse Cedric Masondo, gestor da seguradora, citado, terça-feira (16), pela imprensa local.
“Trata-se apenas de prejuízos de propriedade, ‘stock’ de mercadorias, camiões, entre outros. Não sabemos a extensão das perdas económicas”, acrescentou.
O responsável sublinhou que o Governo sul-africano disponibilizou 3,9 mil milhões de rands (225,8 milhões de euros) em outubro, prometendo canalizar mais 11 mil milhões de rands (637 milhões de euros) para assistir a seguradora nos pagamentos das reivindicações de seguros em resultado dos recentes tumultos que sacudiram o país.
“Nunca acreditamos que o incêndio de camiões em Mooi River viria a ser o motim mais caro do mundo, maior do que os motins no Chile e nos Estados Unidos”, frisou.
Cerca de 80% das reivindicações reportam-se ao KwaZulu-Natal e cerca de 20% a Gauteng, segundo a seguradora sul-africana.
Pelo menos uma centena de negócios de seis grandes empresários portugueses, incluindo filhos de madeirenses, no setor alimentar e de bebidas, foram saqueados e vandalizados na África do Sul durante a violência pública que eclodiu após a prisão do ex-presidente Jacob Zuma.
A violência no país causou pelo menos 337 mortos, segundo o Governo sul-africano.