A produtora de morangos Rosana Gabardo Pallu, de Mandirituba, na Região Metropolitana de Curitiba, recebeu o Prêmio Produtor Rural 4.0, concedido pelo Agrobit Brasil, referente à inovação e tecnologia no meio rural. Ela ficou em segundo lugar na Categoria Pequena Propriedade. A iniciativa tem como objetivo incentivar produtores rurais que promovem a inovação no setor agropecuário, em busca da sustentabilidade econômica, social e ambiental.
O reconhecimento é uma vitória para Rosana, que há três anos era confeiteira na cidade. E afirma que não se arrepende da mudança. Depois de passar por cursos de capacitação promovidos pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater (IDR-Paraná) e pelo Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) ela e o marido, José Marcos, construíram uma estufa para plantar morangos, no sistema semi-hidropônico elevado.
Maior polo de cultivo de morangos do Paraná, com cerca de 800 produtores, a Região Metropolitana de Curitiba vem substituindo o cultivo tradicional por bancadas elevadas e protegidas por estufas. O IDR-Paraná presta assistência e capacita os produtores para uso desta tecnologia.
Segundo o extensionista do Instituto, Luis Gustavo Lorga, de Campo do Tenente, a técnica do cultivo elevado e semi-hidropônico confere mais conforto aos trabalhadores, tem alta rentabilidade e possibilita maior controle dos plantios, diminuindo o uso de agrotóxicos para combater pragas e doenças.
“Fiquei muito feliz. Não esperava nem ser indicada, quanto mais ficar em segundo lugar. Agora tenho que honrar esse prêmio”, afirma Rosana. “Tenho que ficar melhor ainda e produzir alimentos com cada vez mais qualidade. Já estou fazendo mais cursos para melhorar ainda mais”, disse ela. Atualmente, Rosana e o marido têm quatro estufas, com 18 mil pés de morango.
Alexandre William da Costa Marra, supervisor regional do Senar Paraná, foi quem indicou a propriedade de Rosana para o prêmio. Segundo ele, o trabalho desenvolvido com o cultivo elevado, em área protegida, o uso racional da água, o controle biológico de pragas, o MIP (Manejo Integrado de Pragas) e a rastreabilidade credenciaram a produtora a participar da competição.
Além disso, ele acredita que outro aspecto chamou a atenção. “Acho que pesou muito a velocidade com que a Rosana chegou a esse ponto”, disse ele. Ela começou o cultivo em 2018, dobrou a produção e já construiu uma packing house (instalação onde a fruta é recebida e processada antes de ir para o mercado).
PRODUÇÃO -O extensionista Luis Gustavo Lorga, do IDR-Paraná, explica que a popularização do cultivo elevado e semi-hidropônico se dá pelas vantagens que oferece ao proprietário rural. A propriedade de Rosana e do marido José Marcos produz 21.000 quilos de morango por ano. As frutas são vendidas para intermediários e também entregues a supermercados da Região Metropolitana de Curitiba. O cultivo é feito em estufas, em bolsas plásticas (labs) ou calhas instaladas sobre uma bancada a aproximadamente um metro do solo.
O substrato é previamente preparado e as plantas recebem todos os nutrientes por meio do sistema de irrigação. Dessa maneira, tem-se um ambiente mais controlado e plantas mais saudáveis, com baixa incidência de doenças e pragas. A produtora ainda usa caldas alternativas com produtos a base de microorganismos naturais, reduzindo drasticamente o uso de produtos químicos.
De acordo com Lorga, do IDR-Paraná, os agrotóxicos são usados de forma controlada, respeitando as noções de boas práticas agrícolas. Ele informou ainda que os produtores seguem participando de capacitações para melhorar os resultados com o plantio de morango.