“Nós todos queremos um esclarecimento total desta questão, sair disso de cabeça erguida, dignificar o Estado, perante uma situação que abala todo o país”, afirmou Nuno Nabiam, em declarações aos jornalistas no Estádio Nacional 24 de Setembro, à margem das celebrações do 56.º dia da criação das Forças Armadas e do 48.º aniversário da independência nacional, que se assinala em 24 de setembro.
Nuno Gomes Nabiam anunciou na segunda-feira que decidiu instaurar uma investigação externa ao avião retido no aeroporto de Bissau desde 29 de outubro, por sua ordem, e pediu apoio da comunidade internacional para conduzir uma investigação.
O primeiro-ministro disse que os trabalhos das investigações, iniciadas pelo Governo, através de uma comissão interministerial de inquérito, “decorrem dentro das tramitações legais” e que, assim que houver uma conclusão, será tornada pública.
“Quando o processo for concluído, toda a gente saberá o que se passa, o povo será informado também”, declarou Nuno Nabiam.
O caso do Airbus A340, que se encontra retido no aeroporto desde 29 de outubro e cujo pedido de autorização para aterrar foi feito pelo gabinete do chefe de Estado, está a criar tensão entre Umaro Sissoco Embaló e o primeiro-ministro.
O chefe de Estado disse que as circunstâncias da vinda do aparelho ao país “são normais” e que seria uma empresa internacional que pretende instalar-se em Bissau para a manutenção de aviões.
O Presidente guineense defende que o suposto caso do avião seria uma tentativa de algumas pessoas no país para desviar a atenção sobre o tráfico de droga que o próprio afirmou estar a combater.
Na cerimónia oficial de hoje, o Presidente não cumprimentou o chefe do Governo.
Umaro Sissoco Embaló prometeu para esta quarta-feira uma posição sobre a situação no país e avisou que poderá demitir o primeiro-ministro, Nuno Nabiam, lembrando que aquele não chegou ao cargo por via de eleições legislativas, mas por indicação sua.