Respondendo a uma notícia
publicada no The New York Times, USCENTCOM detalhou em uma declaração no sábado (13) que as
forças norte-americanas confirmaram que 16 combatentes do Daesh (grupo terrorista proibido na Rússia e em outros países) e quatro civis estavam entre os 80 mortos.
"Abominamos a perda de vidas inocentes e tomamos todas as medidas possíveis para evitar [isso]", lê-se na declaração do comando. "Neste caso, relatamos nós mesmos e investigamos o ataque de acordo com as nossas próprias evidências e assumimos total responsabilidade pela perda não intencional de vidas".
O comando dos EUA argumentou que os ataques eram em "legítima autodefesa", e que não era claro se os outros 60 indivíduos – todos mulheres ou crianças – também eram militantes.
Citando entrevistas de
pessoal dos EUA, documentos confidenciais e
relatórios confidenciais, NYT detalhou que os ataques que tiraram a vida de tantas pessoas foram questionados pelo pessoal do Centro de Operações Aéreas Combinadas (CAOC, na sigla em inglês) dos EUA.
"Quem lançou aquilo?", perguntou um analista em um chat seguro. "Acabamos de lançar sobre 50 mulheres e crianças", respondeu outro analista, de acordo com duas pessoas que obtiveram o registro do chat.
Forças dos EUA lançaram uma bomba de 227 kg e uma de 907 kg na área perto da cidade de Baghuz.
Tenente-Coronel Dean W. Korsak, um advogado da Força Aérea dos EUA que assinalou os ataques como possível crime de guerra, primeiro tentou que a liderança da Força Aérea os investigasse.
Naquela época, uma avaliação inicial após os ataques determinou que havia um pequeno número de mortos civis.
O advogado enviou um e-mail ao Comitê de Serviços Armados do Senado, informando seus membros de que uma unidade dos EUA tinha propositadamente apresentado inscrições falsificadas no registro de ataques em uma tentativa de "encobrir os incidentes" de 18 de março de 2019.
Korsak também disse que os responsáveis militares dos EUA tinham "sistemática e intencionalmente contornado o processo de ataque propositado".
Gene Tate, um especialista encarregado do caso pelo gabinete do inspetor-geral, revelou ao NYT que a liderança do Pentágono "parecia estar determinada a enterrar isto [o assunto]".