O primeiro-ministro iraquiano, Mustafa al-Kadhemi, saiu ileso na noite deste sábado (06/11) de uma "tentativa de assassinato" com drones explosivos, que tiveram como alvo sua residência, localizada na Zona Verde de Bagdá, o bairro de alta segurança da capital iraquiana.
Segundo as autoridades, seis guarda-costas do premiê ficaram feridos na aparente tentativa de assassinato. Fontes de segurança disseram que três drones foram usados no ataque, lançado perto da Ponte da República no rio Tigre, mas que dois foram abatidos antes de se aproximarem do alvo.
"Um drone explosivo tentou atacar a residência de Kadhemi", que "não ficou ferido na tentativa de assassinato", informou o gabinete. Pouco antes, duas fontes de segurança haviam indicado que um foguete havia atingido a residência do premiê, no momento em que grupos pró-Irã protestam contra os resultados das eleições legislativas de 10 de outubro.
Kadhemi afirmou no Twitter que está bem e pediu "calma e controle por parte de todos, pelo bem do país". Nenhum, grupo reivindicou a autoria do ataque até o momento.
"Os mísseis da traição não vão desencorajar os que acreditam, e nenhum fio de cabelo será atingido na agilidade e persistência das nossas heroicas forças de segurança em preservar a segurança do povo, alcançar a Justiça e aplicar a lei", disse Al-Khademi.
O ataque, que ocorreu após violentos protestos contra os resultados das eleições recentes, foi condenado tanto pelos EUA quanto pelo Irã.
"Estamos aliviados por saber que o primeiro-ministro não está ferido. Este aparente acto de terrorismo, que condenamos veementemente, visava o coração do Estado iraquiano", afirmou o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price.
Os Estados Unidos, garantiu, já ofereceram ajuda na investigação deste ataque e estão em "estreito contato com as forças de segurança iraquianas encarregadas de defender a soberania e independência do Iraque".
Já o Irã classificou o episódio como "um novo ato de sedição cuja origem deve ser atribuída a think thanks estrangeiros, que apenas trouxeram insegurança, divisão e instabilidade ao povo oprimido iraniano", disse no Twitter o secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional, Ali Shamkhani.
A Zona Verde, onde a residência do primeiro-ministro foi atacada hoje de madrugada, é uma área fortificada no centro de Bagdá, que também contém uma série de edifícios governamentais e embaixadas estrangeiras.
Este ataque surge num momento de tensão no Iraque, após violentos confrontos entre manifestantes e forças policiais durante uma manifestação na sexta-feira em Bagdá, em frente da própria Zona Verde, contra os resultados das eleições legislativas de 10 de outubro. Os confrontos deixaram duas pessoas mortas e mais de uma centena feridas.
Vários partidos iraquianos consideram os resultados eleitorais oficiais fraudulentos, especialmente os que representam as milícias que compõem a Multidão Popular, na sua maioria xiitas e pró-iranianos, que sofreram uma grande perda de votos em comparação com as eleições de 2018.
Além disso, a área tem sido alvo de uma série de ataques com foguetes nos últimos dois anos, visando principalmente a embaixada dos EUA, na sequência do assassinato do poderoso comandante iraniano Qasem Soleimani, em janeiro de 2020.