Um satélite chinês detectou que estava sendo vigiado por um dispositivo-espião dos EUA e alterou sua rota rapidamente, informou a revista Breaking Defence, citando um relatório da empresa Commercial Space Operations Center (COMSPOC).
O incidente ocorreu em julho de 2021, quando o satélite de vigilância norte-americano USA 271 se aproximou do equipamento chinês Shijan 20 (SJ 20), porém, os especialistas chineses "detectaram claramente" o invasor e se "distanciaram rapidamente".
"[Os satélites] começaram a fazer manobras de calibragem, e são manobras muito, muito pequenas, por isso é difícil. Trata-se de ter o sistema adequado que possa processar e detectar aquelas manobras pequenas quando está tão próximo", explicou Jim Cooper, chefe de vigilância da situação espacial na empresa.
Neste contexto, o portal Breaking Defence destacou que pode haver diversas maneiras de usar satélites que são capazes de se mover com precisão.
"Há coisas boas que ocorrem no espaço hoje em dia, que incluem o serviço em órbita, o reabastecimento, a eliminação ao final da vida útil. Este tipo de operações requer que os satélites se aproximem muito e em alguns casos se acoplem um ao outro", indicou Cooper, adicionando que a mesma tecnologia pode ser usada também para "coisas nefastas ou ameaçadoras".
Por sua vez, o especialista militar chinês Song Zhongping, citado pelo jornal South China Morning Post, declarou que "não é difícil monitorar satélites" e que os EUA, Rússia e China "são todos capazes" de fazer isso, recordando que o monitoramento não serve necessariamente para fins militares.