A consciência do consumidor em relação ao consumo de produtos sustentáveis é cada vez mais crescente nos dias de hoje. Estimulada por uma mudança de mentalidade em busca de uma alimentação mais saudável, o consumo de orgânicos é crescente no Brasil e no mundo – dados da Associação de Promoção dos Orgânicos (Organis) mostram que, no primeiro semestre do ano passado, a venda de produtos orgânicos teve crescimento de mais de 50% no país.
“O alimento orgânico apresenta um grande diferencial no seu processo de produção, que é mais ecológico ao respeitar os ciclos naturais, a preservação do solo e a biodiversidade”, destaca Gustavo Loiola, professor de Inovação e Sustentabilidade do ISAE Escola de Negócios. “Em países como o Brasil, que tem a agricultura como grande gerador de riqueza, a produção orgânica estimula o desenvolvimento da agricultura familiar dos pequenos produtores, além da preservação ambiental em regiões mais próximas aos grandes centros”, complementa.
Apesar do aumento da disponibilidade de produtos orgânicos nos supermercados e em feiras livres, o consumo nacional destes produtos ainda cresce abaixo da média global. Para Loiola, isso se deve por uma série de fatores. “O primeiro está relacionado a conservação desses alimentos, que tendem a ser mais perecíveis, o que dificulta a logística de transporte e capilaridade em todo o território nacional. Além disso, eles são produzidos em pequena escala para garantir a qualidade do processo natural e evitar perdas, o que necessita também de mais mão de obra, influenciando no preço final que tende a ser superior ao produzido de maneira tradicional, e em países de baixa renda como o Brasil isso influencia na escolha de compra”, aponta.
No entanto, o especialista sugere que ao comprar produtos desse tipo é preciso estar atento se está efetivamente consumindo um alimento orgânico. “O Selo Orgânico é oferecido por organizações que fiscalizam o processo produtivo e garantem a procedência dos produtos”, diz. Um produto considerado orgânico é aquele que tem pelo menos 95% dos seus ingredientes de acordo com as regras de produção orgânica, ou ainda os produtos “in natura” que são 100% orgânicos. “O consumidor precisa observar essas certificações para garantir que está pagando por um produto que efetivamente cumpre pelo que é esperado”, finaliza o docente do ISAE.