O novo primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, que tomou posse em 4 de outubro, afirmou que a soberania de seu país é exercida também nas Ilhas Curilas russas.
"A soberania de nosso país se estende aos territórios do norte [que é como o Japão chama as Ilhas Curilas da Rússia]. É preciso resolver este assunto territorial e não o deixar às gerações seguintes", disse Kishida.
O premiê adicionou que seu governo tem a intenção de assinar um tratado de paz com a Rússia, uma questão pendente desde 1945, após resolver a questão territorial.
O território da Rússia é indivisível e as fronteiras não podem ser alteradas, disse à Sputnik o primeiro vice-presidente do Comitê Internacional do Conselho da Federação da Rússia, Vladimir Dzhabarov, após o discurso do premiê japonês.
Ele afirmou que qualquer violação do território russo será considerada uma agressão contra o país. Dzhabarov sublinhou que tais declarações não melhorarão as relações russo-japonesas.
Dzhabarov revelou que, apesar das declarações de Kishida, a Rússia "não rejeita a possibilidade de negociações futuras", mas afirmou que Moscou não aceita tais condições.
Por sua vez, o governador do distrito Kurilsky, Vadim Rokotov, disse que as Ilhas Curilas aguardam os japoneses para fazerem turismo ou negócios.
Tóquio mantem uma disputa territorial com Moscou pelas ilhas Iturup, Kunashir, Shikotan e Habomai do arquipélago das Curilas, territórios que o país asiático cedeu à União Soviética em 1945 após capitular na Segunda Guerra Mundial. A Rússia assumiu a soberania das ilhas como a sucessora legal da URSS.
O Japão condiciona a assinatura do tratado da paz à devolução das ilhas. Por sua vez, a Rússia sublinha que estes territórios foram transferidos por acordos internacionais no final da Segunda Guerra Mundial.