“São necessários 1,5 mil milhões de meticais [20 milhões de euros]” para a recuperação, disse Gina Guibunda, porta-voz do Ministério da Educação moçambicano, citada hoje pelos meios locais após a abertura do Conselho Coordenador do setor.
O Conselho Coordenador do Ministério da Educação decorre desde quarta-feira em Chidenguele, sul do país, reunião que junta diversos agentes da área para fazer um ponto de situação das atividades no país.
A porta-voz clarificou que o levantamento diz respeito a quatro dos distritos mais afetados pelo conflito armado: Mocímboa da Praia, Palma, Quissanga e Macomia.
No entanto, noutros, como Muidumbe, “já decorre também o levantamento”, acrescentou.
Cabo Delgado é uma província rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, segundo as autoridades moçambicanas.
Cerca de metade dos deslocados são jovens e crianças, muitos dos quais deveriam estar a frequentar escolas, alertam as agências humanitárias.
Ainda segundo dados do Ministério da Educação do final de 2020, pelo menos seis professores morreram durante o conflito.
Desde julho, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas onde havia presença de rebeldes, nomeadamente a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde agosto de 2020.