Não há "evidências científicas dos ataques" desta natureza, de acordo com um relatório detalhado montado por especialistas, incluindo neurocientistas, físicos, psicológicos e otorrinolaringologistas afiliados à Academia de Ciências de Cuba.
O relatório lamentou que algumas pessoas aceitaram "como um axioma que os ataques ocorreram em Havana", adicionando que "após quatro anos, nenhuma evidência de ataque apareceu".
"Nem a polícia cubana, nem o Departamento Federal de Investigação [FBI], nem a Real Polícia Montada do Canadá [RCMP] descobriram provas de 'ataques' a diplomatas em Havana [...] Concluímos que a narrativa da 'síndrome misteriosa' não é cientificamente aceitável em qualquer um de seus componentes", disse o texto do documento publicado no Cubadebate.
Os especialistas cubanos duvidaram se os sintomas relatados, que variam desde ouvir sons agudos ou afiados que provocam náuseas, até narizes sangrando, dores de cabeça ou outros sintomas semelhantes à concussão, podem ser considerados como uma única síndrome.
Os cientistas sugerem que algumas das explicações propostas violam as leis básicas da física. Além disso, expressaram frustração por terem sido negados o acesso à grande parte das provas citadas pelos Estados Unidos.
"Nenhuma forma conhecida de energia pode causar os danos cerebrais seletivamente (com precisão de laser) nas condições descritas sobre os supostos acidentes em Havana", diz o relatório.
Uma única explicação até agora que não pode ser descartada é a possibilidade de sugestão psicológica desencadeando os sintomas descritos, segundo o documento.
Os sintomas de uma doença misteriosa vieram à tona em 2017, com relatórios alegando que no fim de 2016 diplomatas e funcionários norte-americanos em Havana começaram a ouvir sons estranhos e a experimentar sensações físicas que supostamente resultaram em alterações auditivas, de equilíbrio e cognitivas.
Os relatos da doença nomeada síndrome de Havana surgiram mais tarde na China em 2018. Os sintomas incluíram ouvir um "ruído direcional agudo", experimentar pressão na cabeça, náuseas, tonturas e confusão mental. Depois de ouvir os sons, os diplomatas teriam sofrido ansiedade prolongada com seu estado de saúde.
Em agosto, a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, adiou temporariamente sua viagem para Hanói, capital do Vietnã, devido a dois casos da doença no país. Harris seguiu para Hanói após uma análise cuidadosa ter sido feita sobre os casos.