“As Forças de Defesa e Segurança estão a trabalhar no sentido de localizar Mariano Nhongo”, disse Orlando Modumane, porta-voz do comando-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), durante uma conferência de imprensa em Maputo.
A autoproclamada Junta Militar da Renamo é apontada pelas autoridades moçambicanas como responsável por ataques armados que já provocaram a morte de pelo menos 30 pessoas, desde 2019, em estradas e povoações das províncias de Manica e Sofala, centro de Moçambique.
O porta-voz da PRM avançou que as Forças de Defesa e Segurança têm estado a intensificar “várias ações de inteligência operativa” na região, visando o “combate e perseguição” da Junta Militar da Renamo.
“Queremos aproveitar esta oportunidade para apelar ao cidadão Mariano Nhongo para que, de forma consciente e responsável, adira também ao processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração do braço armado da Renamo, visando a pacificação do nosso país”, acrescentou Orlando Modumane.
O grupo de Mariano Nhongo, antigo líder de guerrilha da Renamo, contesta a liderança do atual presidente do principal partido de oposição em Moçambique, Ossufo Momade, e as condições para a desmobilização dos guerrilheiros decorrentes do acordo de paz assinado em 2019.
O Acordo de Paz e Reconciliação, assinado em agosto de 2019 pelo Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Ossufo Momade, prevê, entre outros aspetos, o Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) do braço armado da Renamo, envolvendo cerca de 5.000 membros.
Embora haja desenvolvimentos no processo, com quase metade dos guerrilheiros já desmobilizados, o grupo de Mariano Nhongo continua um desafio para as partes e todas as tentativas de aproximação para um diálogo com a dissidência fracassaram.