O Instituto de Pesquisa DataSenado, em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência (OMV), divulgou, sexta-feira (20), os resultados da pesquisa qualitativa sobre equidade de gênero nos esportes, mostrando que, apesar de ainda haver diversas barreiras na formação de mulheres esportistas, como preconceito e baixo incentivo, a situação melhorou nos últimos quatro anos devido a projeção de figuras públicas femininas e maior cobertura dos eventos esportivos pela mídia.
Vinte e duas atletas, paratletas e treinadoras foram entrevistadas, entre 7 de dezembro de 2019 e 5 de março de 2020. Coordenadora-Geral da Secretaria de Transparência (STrans), Laura Nascimento, explica que a pesquisa deveria ter sido divulgada no início de 2020, mas, devido à pandemia, não pôde ser concluída. O conteúdo completo pode ser acessado na página do DataSenado, neste link.
As entrevistadas citaram exemplos positivos de projeção pública de mulheres nos esportes, entre eles, a ex-jogadora de vôlei e atual senadora Leila Barros (Cidadania-DF). A parlamentar ressaltou a importância da pesquisa e elogiou os avanços nas políticas de equidade já colocadas em ação.
— O esporte só tem a ganhar com isso, pois estará deixando para trás um passado onde apenas um sexo prevalecia e se antecipando para um futuro onde cada vez mais os direitos serão equiparados, independentemente do sexo do atleta — afirma a senadora.
Desigualdade
Apesar dos avanços em relação à participação das mulheres no esporte, a pesquisa mostrou que, já na infância, a menina ainda vivencia suas primeiras experiências de desigualdade na prática esportiva. Apontou, também, que a percepção das atletas é de que as mulheres são menos incentivadas a ingressar no esporte de alto rendimento. Para as entrevistadas, as próprias famílias, de modo geral, recuam no apoio às atletas quando elas estão prestes a entrar em categorias de alto rendimento.
Temas relacionados à mulher também são tabus pela falta de informação e debate no ambiente esportivo, de acordo com o levantamento, como casamento e gravidez, falta de reconhecimento da atleta como profissional, discriminação sexual de mulheres que praticam esportes considerados masculinos, assédio no meio esportivo e privilégios aos times masculinos por parte de clubes, equipes e patrocinadores.
Outro ponto verificado na pesquisa é a falta de transparência dos critérios para preenchimento de cargos de liderança. A percepção das atletas entrevistadas é que as escolhas não passam por critérios previamente definidos. Para as atletas, existe um preconceito velado à presença de mulheres nesses ambientes.
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