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Estudo sobre insurgência em Cabo Delgado conclui que “o inimigo tem rosto, é moçambicano e jogou futebol conosco”

Um estudo recente considera que existe falta de vontade do Governo moçambicano para negociar com os insurgentes que desestabilizam Cabo Delgado, província do norte do país. Para o autor da investigação, João Feijó, o diálogo é a solução. No início do mês, o ex-presidente da República Joaquim Chissano, um dos históricos da Frelimo, partido no poder, apelou ao Governo para considerar a possibilidade de diálogo com os grupos armados que operam em Cabo Delgado.

Redação
Por: Redação Fonte: https://africa21digital.com/2021/08/12/estudo-sobre-insurgencia-em-cabo-delgado-conclui-que-o-inimigo-tem-rosto-e-mocambicano-e-jogou-futebol-connosco/
12/08/2021 às 19h35 Atualizada em 12/08/2021 às 19h47
Estudo sobre insurgência em Cabo Delgado conclui que “o inimigo tem rosto, é moçambicano e jogou futebol conosco”
Foto: DW

Em entrevista à DW África, o investigador João Feijó, do Observatorio do Meio Rural (OMR), uma organização não governamental moçambicana,  destaca que os terroristas que protagonizam ataques armados em Cabo Delgado são moçambicanos, bem identificados pelas comunidades locais.

No estudo  intitulado “Do inimigo sem rosto à hipótese de diálogo: Pretensões e canais de comunicação com os machababos”, são  apresentados os “currículos” de algumas das principais figuras que comandam a insurgência em Cabo Delgado. Algumas delas foram sancionadas pelos Estados Unidos de América, desmanchando o mito de serem desconhecidos os indivíduos por trás da insurgência.

João Feijó entende que há canais de comunicação que precisam ser explorados pelo Governo para permitir encetar negociações com os insurgentes.

“Há um discurso oficial por parte do Governo de Moçambique de que o inimigo não tem rosto, não sabemos o que eles querem, não há canais de comunicação. Nós [OMR] queremos demonstrar que o inimigo tem carne e osso. São pessoas comuns, conhecidas pela sociedade local”, diz Feijó na entrevista à estão pública alemã.

De acordo com o investigador, os insurgentes “têm um caderno de reivindicações que ainda é pouco estruturado e imaturo, mas existe”.

“Em terceiro lugar queremos mostrar que há canais de comunicação. Sobre o diálogo, achamos que deve ser entendido não como uma forma simplesmente formal no sentido de negociação sentado à mesa, mas como uma coisa mais abrangente, que possa incluir a possibilidade de libertação de reféns ou de pessoas raptadas. Mas também pode abranger assistência às pessoas que estão nas zonas da insurgência. Ou seja, uma negociação abrangente, que deve incluir a possibilidade de se repensar o modelo de desenvolvimento”, defende João Feijó.

Chissano

Recentemente, o antigo presidente moçambicano Joaquim Chissano apelou ao Governo para considerar a possibilidade de diálogo com os grupos armados que atuam em Cabo Delgado, assinalando que há “certos tipos de terrorismo” que acabaram através de negociações.

Joaquim Chissano, um dos mais destacados líderes históricos da Frelimo, partido no poder, falava em entrevista à emissora pública Rádio Moçambique, cujos excertos começaram a ser divulgados no dia 4 de Agosto.

O antigo chefe de Estado moçambicano defendeu que devem ser estudadas as causas da violência armada em Cabo Delgado, como forma de resolução da crise militar e social que se vive na província.

Chissano foi Presidente de Moçambique entre 1986 e 2005, tendo sido no seu mandato que terminou a guerra civil de 16 anos, através de negociações com a antiga guerrilha da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), hoje principal partido da oposição.

O atual Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, tem manifestado disponibilidade para negociar com os grupos armados que aterrorizam Cabo Delgado há mais de três anos, mas tem-se queixado de os insurgentes não apresentarem “rostos” que permitam um diálogo.

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