O deputado Ricardo Barros (PP-PR) negou, nesta quinta-feira (12), ter sido citado pelo presidente Jair Bolsonaro como possível envolvido em irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin. Em depoimento à CPI da Pandemia, o parlamentar, que foi ministro da Saúde no governo Michel Temer, disse ainda não ter influência na pasta e nunca ter participado de negociações de imunizantes.
Barros, que é líder do Governo na Câmara, disse aos senadores que Bolsonaro, na verdade, fez uma pergunta e não uma afirmação sobre seu nome.
— Em todas suas falas, Miranda disse que o presidente na verdade perguntou se eu estava envolvido no caso e nunca afirmou que eu estava. O presidente nunca afirmou e não tinha como desmentir o que não afirmou — destacou.
Barros foi parar na CPI depois que o deputado Luis Miranda (DEM-DF) denunciou suspeita de irregularidades na contratação da vacina indiana Covaxin pelo governo federal. Miranda relatou que esteve reunido com Jair Bolsonaro e lhe informou o problema. O presidente teria dito então que “isso era coisa de Ricardo Barros” e que iria determinar uma investigação.
A denúncia resultou num inquérito da Polícia Federal, que apura se o presidente da República cometeu crime de prevaricação, caso não tenha tomado providências para apuração dos fatos.
A reunião começou tensa, marcada por bate-bocas entre governistas e oposicionistas. A confusão começou já na primeira pergunta do relator, Renan Calheiros (MDB-AL), que exibiu um vídeo mostrando parte do depoimento do deputado Luis Miranda à CPI. Ricardo Barros começou a responder, foi interrompido por Renan e fez críticas à CPI, o que provocou reação do presidente, Omar Aziz (PSD-AM).
Para o representante do Amazonas, não era necessária a presença de Barros na CPI, bastava o presidente da República ter desmentindo o deputado Luis Miranda, o que Bolsonaro não fez em momento algum.
Após o tumulto a reunião foi suspensa.
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