Nesta segunda-feira (26), o presidente boliviano Luis Arce e o vice-diretor da corporação russa Rosatom, Kirill Komarov, deram início à construção de um reator nuclear na Bolívia, um elemento-chave do CNTRD boliviano.
O projeto na cidade boliviana El Alto não tem paralelo no mundo. Ficará localizado 4.000 metros acima do nível do mar, a maior altitude de todas as instalações nucleares até agora construídas. A construção criará mais de 500 empregos altamente qualificados para os moradores de El Alto e La Paz.
"Não existe um reator destas características nesta altitude acima do nível do mar", destacou Arce.
O vice-diretor da Rosatom, Kirill Komarov, confirmou que o centro começará a funcionar em 2024, quando terminar a construção do reator.
Komarov e Arce visitaram as instalações da primeira e segunda fases do centro - o complexo de pesquisa pré-clínica cíclotron-radiofarmacologia (CRPC, sigla em inglês) – e o centro de irradiação multiuso, que serão colocados em operação nos próximos meses.
O CNTRD garantirá o uso de tecnologias nucleares na agricultura e medicina, entre outros. O centro terá um sistema baseado em um reator de água pressurizada de pesquisa, com potência nominal de 200 kW.
No CNTRD serão produzidos radiofármacos que vão permitir a realização de mais de 5.000 procedimentos de diagnóstico e tratamento de doenças oncológicas por ano.
Além disso, o centro realizará o tratamento por irradiação de produtos agrícolas, o que melhorará sua qualidade, prolongará sua vida útil e aumentará significativamente as exportações.
Ao mesmo tempo, o tratamento de alimentos não afeta suas propriedades gustativas e é absolutamente seguro para o consumidor, por isso é amplamente utilizado em muitos países do mundo.
Por sua vez, o reator de pesquisa e os laboratórios permitirão a pesquisa científica avançada e o treinamento de pessoal altamente qualificado para a indústria nuclear.
O acordo russo-boliviano de construção do centro nuclear na cidade de El Alto foi fechado em 2017 em Viena, na Áustria. É um dos maiores projetos da Rússia na América Latina, fornecendo novas possibilidade de exportação de tecnologias nucleares para os países da região.