O Paquistão expressou nesta sexta-feira (23) "séria preocupação" com relatos na mídia sobre a suposta espionagem da Índia em países estrangeiros, incluindo o primeiro-ministro Imran Khan, usando o software israelense Pegasus, e pediu à Organização das Nações Unidas (ONU) que investigue a fundo o assunto.
O jornal Washington Post relatou recentemente que um número de telefone que já foi utilizado por Khan está na lista de supostamente espionados. O software desenvolvido pelo grupo NSO é capaz de minerar registros de chamadas, mensagens, bate-papos do WhatsApp, localizações e outras atividades da tela do telefone da vítima e transmitir os dados ao invasor.
Na Índia, os principais líderes da oposição ao governo Narendra Modi, Rahul Gandhi e Priyanka Gandhi Vadra, levantaram questões sobre o potencial envolvimento da administração Modi com o software Pegasus em uma tentativa de suprimir as vozes opostas.
"Notamos com grande preocupação os recentes relatórios da mídia internacional expondo as operações organizadas de espionagem do governo indiano contra seus próprios cidadãos, estrangeiros, bem como contra o primeiro-ministro Imran Khan, usando um spyware de origem israelense", disse o Ministério das Relações Exteriores paquistanês nesta sexta-feira (23), citado pelo jornal indiano The Economic Times.
Recentemente, um consórcio de 17 veículos de mídia publicou uma série de reportagens mostrando que o software Pegasus, utilizado por serviços de inteligência para perseguir criminosos e terroristas, foi usado para espionar políticos, empresários, ativistas, jornalistas e oposicionistas em todo o mundo.
Aparelho celular do presidente francês Emmanuel Macron teria sido um dos alvos de vigilância pelo governo marroquino. O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, teria sido espionado pelo ex-presidente mexicano Enrique Peña Nieto. Segundo a mídia francesa, pelo menos 50 mil pessoas de todo o mundo estão entre as vítimas.