O Senado realizou, nesta sexta-feira (16), uma sessão temática especial para comemorar o Dia do Bombeiro Militar — anualmente celebrado oficialmente em 2 de julho. A sessão foi presidida pelo senador Eduardo Girão (Podemos-CE).
— Alegria, honra e gratidão são os três sentimentos que guiam minha fala hoje nesta comemoração, que marca uma época em que substituímos os sinos pelas sirenes. Alegria, porque é muito gratificante, mas muito mesmo, exercer um mandato parlamentar e, através dele, trabalhar pela valorização de profissionais que muitas vezes são chamados a atuar como verdadeiros heróis. Eu repito aqui, anjos, colocando em risco suas vidas para salvar outras vidas. Honra, porque nenhuma outra carreira profissional é tão exaltada — disse Girão.
No mesmo mês em que se prestam homenagens à classe, dois bombeiros desapareceram durante o combate às chamas na Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul. O acidente foi na madrugada da última quinta-feira (15). Na abertura, o senador Izalci Lucas (PSDB-DF), autor do requerimento da sessão, pediu um minuto de silêncio pelos profissionais.
— Eu quero me solidarizar com todos os familiares desses dois guerreiros, desses dois heróis. Eu espero que Deus conforte a família toda, dê muito conforto a eles. Em nome de toda a população, a gente tem que agradecer muito a todos os bombeiros militares do Brasil — registrou em seguida.
Investimento
Após ressaltar o trabalho feito pela Corpo de Bombeiros do Estado do Ceará, o sargento Reginauro Sousa Nascimento chamou atenção para o atual quadro efetivo do estado.
— São 1.701 homens e mulheres para um estado que tem, aproximadamente, 10 milhões de habitantes. Ainda é um efetivo diminuto. Nós nos desdobramos para atender à necessidade do povo cearense com esse efetivo. Quando eu entrei no Bombeiros, em 1995, nós éramos 1.550 mil homens. Vinte e seis anos após, o nosso efetivo sequer aumentou 20%, enquanto a população do estado do Ceará avança de forma galopante — informou.
Antes, o senador Izalci Lucas havia comentado sobre a promulgação, em junho, da autorização para o Distrito Federal contratar mais 378 bombeiros e 750 policiais, entre outros projetos aprovados.
Reginauro também argumentou sobre a importância de se investir na instituição, principalmente para a compra de viaturas e ambulâncias.
— Muitas vezes se diz: "não é barato investir em Corpo de Bombeiros". Realmente, as nossas viaturas são caras, os nossos equipamentos são caros. Mas, normalmente, eu pergunto: "E que valor tem a vida?", porque isso não é gastar, é investir. Quando se investe no Corpo de Bombeiros, nós estamos trabalhando diretamente com o socorro da vida. Que preço tem a vida humana? É isso que precisa ser sempre discutido — questionou.
Apoio do Congresso
O comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militares do Distrito Federal (CBMDF), William Augusto Ferreira Bomfim, elogiou a atuação ativa do Congresso Nacional para as causas da corporação. No Senado, ele agradeceu o apoio dos senadores Reguffe (Podemos-DF) e Leila Barros (PSB-DF).
— Nós precisamos muito do Poder Legislativo. Porque quando os congressistas se reúnem em prol de alguma coisa, aquela coisa acontece. Os senhores são muito importantes — comentou.
Participação feminina
As mulheres que compõem as corporações também foram homenageadas. O senador Izalci destacou crescente presença feminina nos agrupamentos de bombeiros:
— A elas não falta coragem e, por isso, conquistam espaço e reconhecimento por atos corajosos. E quero aqui cumprimentar a nossa bombeira Raíssa Almeida, que está com a gente aqui. As mulheres e os homens bombeiros são profissionais que diariamente estão à disposição para salvar a vida dos brasileiros.
Raissa Almeida Alves, a quem o senador se referiu, é segunda-tenente do Centro de Formação de Praças do Distrito Federal (CFAP-DF). Ela evidenciou a participação das mulheres nas mais diversas áreas dos quadros da corporação.
— Ser uma mulher na corporação é descobrir que nós somos muito mais capazes do que achávamos e do que pensavam de nós. Aproximadamente 17% de todo o nosso efetivo é do corpo feminino, que seriam aproximadamente mil bombeiras. E ser mulher no CBMDF é superar limites todos os dias, é transpor barreiras, transpor preconceitos, unir a vaidade com a garra e a nossa força com a nossa sensibilidade — disse.
O sargento Reginauro prestou continência à colega de trabalho em nome de todas as mulheres da corporação.
— Elas estão em todas as funções, comandam tropas, realizam trabalho de salvamento. Nós temos mulheres mergulhadoras, mulheres no salvamento em altura, mulheres no atendimento pré-hospitalar, mostrando que o lugar da mulher é onde ela quiser, sim — afirmou.
Ana Lídia Araújo sob a supervisão de Patrícia Lima.
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