Em pronunciamento nesta quarta-feira (14), o senador Paulo Paim (PT-RS) lamentou o descaso do governo brasileiro com o Mercosul nos últimos dois anos. Para ele, é equivocada a defesa que alguns fazem da saída do Brasil do bloco. Paim também considera errada a visão de alguns de que o bloco não é prioritário para o país e de vinculá-lo a ideologias e partidos.
Na opinião do senador, o Mercosul, criado há 30 anos, deve ser tratado como uma política de Estado e estar acima de qualquer governo que esteja no comando do Brasil. O bloco representa um modelo diferenciado de integração, com um olhar especial, que vai além da economia para alcançar setores essenciais para os habitantes dos países que o compõe, como saúde, educação, direitos humanos, políticas humanitárias e direitos trabalhistas, acrescentou.
Isso não significa que a integração econômica não seja prioridade para os países do Mercosul, ponderou, ao destacar a importância da promoção da livre circulação de mercadorias, da eliminação de barreiras alfandegárias e da unificação de taxas de juros e índices inflacionários, a fim de gerar emprego e renda e promover o crescimento de toda a região.
Para o senador, é preciso fortalecer os laços e as parcerias entre os integrantes do bloco para que, também por meio da circulação de ideias e ideais, superem as dificuldades e ampliem a solidariedade.
— Não nos resta alternativa. Mesmo em tempos de crise, nossas relações regionais devem ser consideradas temas da mais alta relevância. Acredito eu que é no aprofundamento das relações regionais que encontraremos muitas das soluções que hoje procuramos, inclusive no que diz respeito à questão das vacinas.
Paulo Paim aproveitou para defender o PL 12/2021, que prevê a quebra temporária de patente de vacinas e insumos usados para combater a covid-19. ele informou que, por se tratar de um problema planetário, a questão vai ser tratada pelo Parlasul, a pedido do relator da proposta, o senador Nelsinho Trad (PSD-MS).
— Queremos vacinas para todos. Essa luta não tem fronteira. Onde houver um país que não for imunizado, isso contamina toda a humanidade.